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Folha premia ilustradores em 5 categorias
Escolhido entre 1.510 inscritos, gaúcho é o grande vencedor da terceira edição do concurso
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DA REPORTAGEM LOCAL
Um gaúcho de Vacaria, fortemente inspirado pelas escolas platinas de ilustração (principalmente a Argentina), foi, entre 1.510
inscritos, o ganhador do grande
prêmio do 3º Concurso Folha de
Ilustração e Humor. Eloar Guazzelli Filho, 43, radicado em São
Paulo há seis anos, se inscreveu na
categoria ilustração infantil e foi
escolhido pela comissão julgadora como o principal vencedor do
concurso. Como prêmio, será
convidado a colaborar com a Folha por um período de experiência de até três meses.
"Guazzelli tem um trabalho tão
diferenciado, tão vivo, que foi
praticamente um consenso", diz o
ilustrador Orlando Pedroso, colaborador da Folha e um dos membros da comissão julgadora
-que contava com o cartunista
Laerte (também colaborador do
jornal), Marcos Augusto Gonçalves (editor da Ilustrada), Massimo Gentile (editor de Arte), Fábio
Marra (editor-adjunto de Arte) e
Luciana Sugino (editora de Arte
da Revista da Folha).
Com o objetivo de revelar talentos do desenho e selecionar colaboradores para o jornal, o concurso teve seis categorias: ilustração
livre, ilustração científica, ilustração infantil, charge/cartum, quadrinhos e retratos.
"A Folha, que já conta com profissionais muito talentosos na
área das artes gráficas, tem a tradição de realizar concursos assim.
Com isso, o jornal busca descobrir novos valores, oxigenar suas
páginas, levando ao leitor um
produto mais vivo e preocupado
em captar novos veios de técnica e
criatividade", afirma a editora-executiva da Folha, Eleonora de
Lucena.
Vencedores
Foram apontados um vencedor
e até mais dois destaques por categoria (cujos trabalhos estão publicados nesta página e na página ao
lado), com exceção da de charge/
cartum, que não teve nenhum finalista indicado pela comissão.
"Não encontramos material que
fosse premiável. Foram muitos
trabalhos, mas não teve nenhum
desenho original", explica Massimo Gentile, editor de Arte da Folha. "Essa é talvez a área mais difícil da ilustração", completa.
O ganhador de cada categoria
concorreu também ao grande
prêmio, vencido por Guazzelli. O
paulistano Sandro Castelli, 32,
que já teve trabalhos publicados
em revistas como "Superinteressante", venceu em ilustração científica. Na mesma categoria, ficou
em segundo lugar o curitibano
Leandro Lopes, 27.
Na categoria com o maior número de concorrentes -ilustração livre, com 429 inscritos-, o
vencedor foi o espanhol Pablo
Amador, 26, que mora em São
Paulo há cinco meses. O paulistano Julio Cesar Panisa, 26, foi o segundo colocado.
Duas das cinco categorias premiadas tiveram três pessoas com
trabalhos selecionados: uma foi
quadrinhos, com o austríaco Jan
Limpens, 35 (vencedor), o paranaense Rômolo Dhipólito, 22 (segundo lugar) e o paulistano Tiago
Judas, 27 (terceiro). A outra foi a
de ilustração infantil, vencida por
Guazzelli. Nela, o segundo lugar
ficou com Paulo Terzi Ito, 28, e o
terceiro com Leopoldo Tauffenbach, 29 -ambos de São Paulo.
"A área de ilustração infantil
tem se desenvolvido muito, o que
não tem acontecido com a charge
e o cartum, por exemplo. O resultado do concurso reflete isso",
avalia o ilustrador Orlando.
Adams Teixeira de Carvalho,
26, paulista de Sorocaba, foi o
vencedor da categoria retrato,
com suas ilustrações de Woody
Allen e Sartre. O gaúcho Odye
Fernando Bernardi, 39, que também desenhou Sartre, além de
músicos como Chet Baker, ficou
em segundo lugar.
Qualidade
Para chegar aos 12 finalistas, de
onde saíram os cinco vencedores
de cada categoria e o ganhador do
grande prêmio, Orlando Pedroso
e Massimo Gentile fizeram uma
pré-seleção entre os inscritos.
"Tivemos que descartar trabalhos que não tinham uma característica mais profissional e também aqueles que tinham apenas
uma proposta de trabalho, um
único desenho", explica Gentile.
O ilustrador Orlando afirma
que muitos dos trabalhos eram
repetitivos e não inovavam em
termos de idéias e de traço. Orlando vê, no entanto, aspectos positivos na enorme quantidade de trabalhos enviados. "A maioria tinha
uma tentativa de fazer algo autoral, e isso é muito bom."
O editor da Ilustrada, Marcos
Augusto Gonçalves, destacou a
diversidade de linguagens utilizadas nas obras. "Vi alguns trabalhos excelentes; muitos deles poderiam ser utilizados por publicações de qualidade. Na área infantil, em especial, tivemos ilustrações muito boas. Achei interessante o fato de termos exemplos
diversificados de linguagem, com
gente que se entrega aos recursos
da computação e autores que trabalham à mão", explica.
Esta é a terceira vez que a Folha
incentiva o trabalho de novos talentos. Em 1985, o jornal revelou o
chargista Spacca e o quadrinista
Fernando Gonsales. Em 1999, foi
premiado o chargista Jean, que se
tornou colaborador regular do
jornal na página 2.
O resultado está no endereço
www.folha.com.br/061161. Além
dos trabalhos dos 12 finalistas, todos os pré-selecionados terão
suas obras divulgadas no site.
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