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Crítica
Filme de Michael Crichton mostra arte contestadora
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Houve um momento, no
século passado, em
que os médicos não
eram tão respeitados assim.
Talvez os anos 60/70, bem contestadores, tenham sido o ápice
desse sentimento iconoclástico
(rendeu até um filme italiano
que fazia referência, já no título, à "máfia de branco").
É nessa onda que entra "Coma" (TCM, 1h30), de Michael
Crichton, em que Geneviève
Bujold investiga a morte de
uma amiga num hospital e descobre que várias mortes ocorreram em circunstâncias muito semelhantes, na mesma mesa de operação.
Nesse tipo de filme não é
tanto o médico quanto o tipo
de poder absoluto de que desfruta que se açoita, bem entendido. Eles ilustram essa faculdade da arte de não bater continência às idéias dominantes.
É verdade que, de lá para cá,
a ciência se tornou uma instituição tão incontestável quanto era no século 19. Mas já lá
Mary Shelley deu suas estocadas no dr. Frankenstein, não é
verdade?
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