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Crítica
Filme é um retrocesso na franquia
RICARDO CALIL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não são os efeitos
especiais ou as cenas de ação que
fazem a diferença em um
filme de super-herói. Nem
mesmo os atores ou os
personagens. É o diretor
-e sua capacidade de criar
e impor uma visão própria
sobre um universo já estabelecido. Foi assim com
Tim Burton na série "Batman", Sam Raimi em "Homem-Aranha" e nos dois
primeiros "X-Men", de
Bryan Singer, que soube
enxergar na HQ uma fábula sobre a discriminação
dos diferentes.
Depois da diluição desse
conceito no terceiro filme
da franquia, agora ocorre
um retrocesso em "X-Men
Origens: Wolverine", que
narra a trajetória do mais
carismático mutante antes que ele encontre seus
pares da trilogia inicial da
série. O filme é dirigido
por Gavin Hood, do superestimado "Tsotsi - Infância Roubada" (2005).
Em vez de se juntar a esse grupo de cineastas que
deram novo status aos super-heróis, Hood se filia à
escola Michael Bay ("Armageddon") de filme de
ação. Ou seja, ele acredita
que o acúmulo de sequências de luta e perseguição,
de personagens e atores
consagrados irá produzir
um bom filme, sem que seja necessária uma ideia
que o sustente.
Em alguns momentos,
Hood até ensaia fazer um
filme sobre um ser dividido entre impulsos bárbaros e ideais humanistas.
Mas, em seguida, o diretor
se sente na obrigação de
"entreter" o espectador
com uma explosão ou de
abrir espaço para dezenas
de mutantes secundários,
que podem se tornar protagonistas no futuro. Mais
que um filme, "Wolverine"
é uma peça na engrenagem da franquia. No caso,
mal azeitada.
Avaliação: ruim
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