São Paulo, quinta-feira, 30 de abril de 2009

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Crítica

Filme é um retrocesso na franquia

RICARDO CALIL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não são os efeitos especiais ou as cenas de ação que fazem a diferença em um filme de super-herói. Nem mesmo os atores ou os personagens. É o diretor -e sua capacidade de criar e impor uma visão própria sobre um universo já estabelecido. Foi assim com Tim Burton na série "Batman", Sam Raimi em "Homem-Aranha" e nos dois primeiros "X-Men", de Bryan Singer, que soube enxergar na HQ uma fábula sobre a discriminação dos diferentes.
Depois da diluição desse conceito no terceiro filme da franquia, agora ocorre um retrocesso em "X-Men Origens: Wolverine", que narra a trajetória do mais carismático mutante antes que ele encontre seus pares da trilogia inicial da série. O filme é dirigido por Gavin Hood, do superestimado "Tsotsi - Infância Roubada" (2005).
Em vez de se juntar a esse grupo de cineastas que deram novo status aos super-heróis, Hood se filia à escola Michael Bay ("Armageddon") de filme de ação. Ou seja, ele acredita que o acúmulo de sequências de luta e perseguição, de personagens e atores consagrados irá produzir um bom filme, sem que seja necessária uma ideia que o sustente.
Em alguns momentos, Hood até ensaia fazer um filme sobre um ser dividido entre impulsos bárbaros e ideais humanistas. Mas, em seguida, o diretor se sente na obrigação de "entreter" o espectador com uma explosão ou de abrir espaço para dezenas de mutantes secundários, que podem se tornar protagonistas no futuro. Mais que um filme, "Wolverine" é uma peça na engrenagem da franquia. No caso, mal azeitada.

Avaliação: ruim



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