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Após desistência de Matarazzo, Bienal continua em busca de novo presidente
DA REPORTAGEM LOCAL
Um vácuo de poder assombra a Fundação Bienal. Por
pouco a representação brasileira não vai a Veneza, o que deve
acontecer graças a galeristas e
ao Ministério da Cultura.
Em parte, tudo isso está
ocorrendo pelo fato de não se
descobrir pessoas dispostas a
assumir o cargo de presidente
da instituição. O último ato
desse roteiro foi a desistência
do secretário municipal Andrea Matarazzo (Coordenação
das Subprefeituras).
Já o atual presidente, Manoel
Francisco Pires da Costa, diz
que está limitado em suas funções: "Eu não consegui dinheiro, pois a Bienal de Veneza não
era minha obrigação, mas do
próximo presidente." Mas foi o
próprio Pires da Costa que indicou o curador do pavilhão,
Ivo Mesquita. "Fiz isso pedindo
anuência ao embaixador Rubens Barbosa, meu amigo, que
no final do ano passado era o
candidato a ser meu sucessor",
diz o presidente.
Esse vazio de poder incomoda ao presidente do Conselho
da Fundação, Miguel Pereira,
que convocou uma reunião para o próximo dia 5.
"Esse presidente [Pires da
Costa] é não desejado, é preciso
que o conselho assuma responsabilidades, pois eu não posso
decidir sozinho", diz Pereira.
Por enquanto, o nome que
mais circula entre os conselheiros é o do empresário e colecionador Heitor Martins, casado
com Fernanda Feitosa, diretora da feira SP Arte.
A empresa de auditoria que
analisa as contas do mandato
de Pires da Costa -assim que
elas forem aprovadas ele deixa
de ser presidente- também está em fase final de seu trabalho
e, segundo a Folha apurou, o
déficit da instituição é de R$
2,9 milhões, abaixo dos R$ 4 mi
divulgados por Matarazzo.
Pires da Costa relativiza esses valores: "O déficil real da
Fundação Bienal está em cerca
de R$ 600 mil, o restante são
regras contábeis que devem ser
descontadas, como por exemplo cerca de R$ 900 mil de imobilizados, que não são dívidas."
O presidente ainda afirma
que a há pelo menos R$ 200
mil a receber da participação
de países estrangeiros na última edição da Bienal.
"O que temos é um grave
problema de fluxo de caixa,
mas isso é algo constante aqui",
diz ele.
(FC)
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