|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Da Mata compositora dá espaço à cantora
Em "Multishow ao Vivo", que passa hoje na TV, ela junta hits próprios a músicas de Caetano, Cartola e outros
MARCUS PRETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em "Multishow ao Vivo - Vanessa da Mata", especial inédito que vai ao ar hoje à noite e
que em seguida chega às lojas
em CD e DVD, a cantora registra sua versão para "As Rosas
Não Falam", o clássico de Cartola. Corre ali um risco considerável. De tão mastigado que
já foi em suas incontáveis regravações, esse samba exige do
intérprete algum achado realmente surpreendente para que
uma nova leitura se justifique.
"Pensei muito nisso", ela diz.
"Gravar Cartola pode ser redundante. Mas eu tinha apresentado essa música num programa de TV e recebi um elogio
da Alcione. Mangueirense,
amiga do Cartola por toda a vida, e, acima de tudo, uma cantora maravilhosa, ela me deu a
segurança de que eu precisava."
O engraçado é que, antes de
lançar seu primeiro álbum, em
2002, Vanessa da Mata dizia
que nem cantora era. Denominava-se apenas compositora.
"Eu achava mais bonito. Sempre fui encantada pela pessoa
que cria, que escreve música.
Era isso o que queria para mim.
Só depois de muito tempo comecei a gostar da minha voz."
Essa voz aparece quase "sem
maquiagem" nas faixas do
"Multishow ao Vivo". Pelas
contas da cantora, só três delas
foram retocadas em estúdio depois da gravação original. "E só
fiz nessas porque, de outro jeito, não teriam condições técnicas para entrar no especial",
diz. "Dou prioridade ao calor da
interpretação. Mesmo que,
com isso, a afinação escorregue
um pouco. Ninguém consegue
estar emocionado de verdade e
sustentar a afinação perfeita."
Vanessa tem sido cada vez
mais requisitada como intérprete. Em "Rio", álbum que o
trompetista alemão Till Brönner dedicou à música brasileira
em 2008, ela emprestou sua
voz a uma canção quase tão arriscada quanto a de Cartola: "O
que Será", de Chico Buarque.
"Cultura jovem"
"Por alguma razão, logo intuí
que Vanessa era uma grande
representante da cultura jovem
no Brasil", conta Brönner, que
a conheceu por meio do hit
"Boa Sorte/Good Lucky". "Ela
própria escolheu a música, que
ficou boa na voz dela principalmente por sua personalidade
artística, que é muito "quente'".
Da compositora que não quer
ser cantora, foram incluídos
em "Multishow ao Vivo" os sucessos "Ai Ai Ai", "Amado" e
"Boa Sorte/Good Lucky". De
outros autores, há versões para
"Eu Sou Neguinha", de Caetano Veloso, e "História de uma
Gata", tema adaptado por Chico Buarque para o infantil "Saltimbancos" (1977), que Vanessa já vinha fazendo em discos e
shows. E uma ótima releitura
para "Um Dia, Um Adeus", balada pop que Guilherme Arantes compôs nos anos 80.
Tudo isso posto, um disco exclusivamente de intérprete não
está nos planos de Vanessa ao
menos num futuro próximo.
"Sou compositora compulsiva e
me sinto meio escravizada por
isso. Fico o dia todo com ideias
rondando minha cabeça, uma
frase que alguém diz, algo que
vejo na rua. Vai ser muito difícil
matar essa compositora."
ESPECIAL DE TV: MULTISHOW
AO VIVO - VANESSA DA MATA
Quando: hoje, às 22h15
Onde: Multishow
Classificação: livre
CD e DVD
Gravadora: Sony/BMG
Quanto: R$ 25,90 (CD) e R$ 42,90
(DVD), em média
Texto Anterior: Após desistência de Matarazzo, Bienal continua em busca de novo presidente Próximo Texto: Teatro: De volta, musical "A Bela e a Fera" terá concorrência Índice
|