São Paulo, sábado, 30 de abril de 2011 |
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CRÍTICA MÚSICA ERUDITA Karabtchevsky conserva teor metafísico ao reger Mahler SIDNEY MOLINA CRÍTICO DA FOLHA O último movimento é um "adagio" de quase meia hora. Na primeira vez em que Mahler (1860-1911) passa de um "fortissimo" insistente a um "pianissimo" súbito e hesitante, sobram apenas as colcheias do contrafagote de Cláudio de Freitas. Seguem pelo menos outros três momentos como esse, cultivados com maturidade e sabedoria pelo maestro Isaac Karabtchevsky e os músicos da Osesp. A "Sinfonia nº 9" foi a última que o compositor completou. O ciclo sinfônico integral de Mahler -distribuído ao longo de 2010 e 2011- é um projeto ambicioso que tem sido realizado com competência, mas nenhuma experiência pode, até aqui, ser comparada a essa "Nona". Karabtchevsky nunca coloca em risco o teor metafísico da obra em nome de qualquer vulgaridade emocional. Seu gestual é econômico e rigoroso, suas ações arredondam sonoridades e evocam afetos precisos, minuciosos. Todos os naipes da Osesp atuaram no seu nível ideal, e Cláudio Cruz (spalla), Ozéas Arantes (trompa) e Jessica Dalsant (flauta) foram, mais uma vez, brilhantes. Ao enfatizar a aparição derradeira do motivo nas violas, é como se Karabtchevsky e Mahler arrancassem da alma as perdas mais profundas. Restou a pura presença humana: perplexo, o público da Sala São Paulo levou cerca de dez segundos para quebrar o encanto e aplaudir. OSESP: KARABTCHEVSKY REGE A NONA DE MAHLER QUANDO hoje, às 16h30 ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16; tel.0/xx/11/3223-3966) QUANTO de R$ 24 a R$ 135 CLASSIFICAÇÃO 7 anos AVALIAÇÃO ótimo Texto Anterior: Dívidas motivaram racha entre Bienal e arquitetos Próximo Texto: Site dá espaço para erratas de famosos Índice | Comunicar Erros |
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