São Paulo, Sexta-feira, 30 de Abril de 1999
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MUNDO GOURMET
Vitrine da boa inspiração

JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

A entrada do novo cardápio, de outono e inverno, é uma boa oportunidade para revisitar o restaurante Limone, uma casa animada e de cozinha esforçada desde sua abertura dois anos e meio atrás.
O cenário tem decoração mediterrânea banhada por muita luz natural, especialmente na sala principal, disfarçada de terraço. De dentro, as janelas funcionam como vitrines da rua, o trecho inicial da Oscar Freire.
A casa foi criada pelo sócio Lalo Zanini, 32 anos, um empreendedor na área, sócio também do Companhia Asiática, Armazém Paulista e Sushi Company (sua primeira incursão no setor).
Mas o cardápio tem ainda a mão de um jovem chef de cozinha, João Vergueiro Leme, de 27 anos. Ex-aluno da escola Cordon Bleu de Paris, com estágios em alguns bons endereços pelo mundo, ele foi o chef do período inicial do restaurante. Hoje trabalha no Tartari's, mas mantém a consultoria no Limone, onde o titular é o chef Agamenon Oliveira de Lima, 44, também na casa desde o início.
Embora tivesse propostas mais atraentes (ou mais ousadas) no início, o Limone mantém alguns pratos de boa inspiração, como salada verde com confit de pato e pinoli, linguini ao pesto com batatas, vagem e rúcula, risoto de pato com arroz selvagem, pistache e curry. O risoto de frutos do mar, carregado no açafrão, não deixa de ser saboroso, embora um pouco além do ponto.
O espetinho de cordeiro (com cuscuz marroquino) poderia ter nacos maiores de carne, o que impediria que se ressecassem. A carta de vinhos não tem muita variedade mas também não nos deixa totalmente na mão. Em suma, computando tudo, o Limone não é uma viagem perdida.

Onde: r. Oscar Freire, 30 (Jardins, zona sul), tel. 883-0375
Quando: segunda a sexta: 12h/15h e 19h/2h; sábado e domingo: 12h/2h
Ambiente: descontraído, com muita luz natural
Serviço: correto
Cozinha: mediterrânea, com tom italiano
Estacionamento e manobrista: pago
CC: todos
Preços: entradas, R$ 9,50 a R$ 17,50; massas e risotos, R$ 12,50 a R$ 38,00; pescados, R$ 23,00 a R$ 40,00; carnes e aves, R$ 15,00 a R$ 26,50; sobremesas, R$ 4,00 a R$ 6,50; bufê de almoço: R$ 16,50 (segunda a sexta) e R$ 18,50 (sábado e domingo)


Dança dos chefs
Uma intensa mudança nas cozinhas dos restaurantes da cidade, iniciada com o trânsito do chef Erick Jacquin, do Le Coq Hardy, para o Café Antique, segue em curso. Paulo Barros, que era chef (e é filho do proprietário) do Roma-Jardins, agora milita no Cantaloup; Deff Haupt, do O Leopolldo, depois de cinco anos de Brasil retorna à Alemanha; e Alex Atala, que dava brilho à cozinha do 72, agora fica no seu Namesa deixando seu lugar ao recém-chegado norte-americano Robert McGill.

Ducasse aqui
Conseguir reserva (e reservas...) para comer nos disputados restaurantes dirigidos na França pelo chef Alain Ducasse é difícil. Mas experimentar os ingredientes assinados por ele, nem tanto. Eles agora estão à venda no Brasil (mostardas, azeite, pesto, tomate seco...), dentro da linha assinada por Giancarlo Bolla e Alessandro Segato, intitulada Provato Aprovato.


Envie por e-mail sua reclamação sobre atendimento ou cozinha dos restaurantes para a coluna "Assim Não": gastronomia@folhasp.com.br


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