São Paulo, domingo, 30 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILMES

TV ABERTA

Peck protagoniza clássico do capa-e-espada

K-9 - Um Policial Bom pra Cachorro 2
Globo, 13h05.
  
(K-911). EUA, 1999, 91 min. Direção: Charles T. Kanganis. Com James Belushi, Christine Tucci. Quando Jerry Lee, o pastor alemão, entra na compulsória, o detetive Belushi tem de se acostumar com a companhia de um doberman.

DNA, Caçada ao Predador
Record, 20h.
 
(DNA). EUA, 1996, 93 min. Direção: William Mesa. Com Mark Dacascos, Jurgen Prochnow. Cientista trabalha com DNA de modo a trazer à vida antigos fósseis da floresta amazônica.

Em Busca da Escritura Sagrada
Bandeirantes, 20h30.
  
(Mo Him Wong). Hong Kong, 1996, 90 min. Direção: Siu-Ting Ching. Com Jet Li, Rosamund Kwan. O lado mais original da trama diz respeito ao fato de um escritor -cuja vida pessoal está cheia de problemas- se identificar com seu herói, o Rei dos Aventureiros. O menos empolgante diz respeito à proximidade entre essas aventuras e as já conhecidas e vividas por Indiana Jones (busca de preciosidade também cobiçada por japoneses e mafiosos). Jet Li pontifica.

Prova de Vida
SBT, 22h.
 
(Proof of Life). EUA, 2000, 135 min. Direção: Taylor Hackford. Com Meg Ryan, Russell Crowe, David Morse. Engenheiro em um país latino-americano, Morse é seqüestrado por rebeldes. Diante da pedida alta que fazem, sua firma envia um negociador (Crowe) ao local. Que negocia muito bem, em particular com a mulher do engenheiro.

Falcão dos Mares
Bandeirantes, 23h30.
    
(Captain Horatio Hornblower). EUA, 1951, 117 min. Direção: Raoul Walsh. Com Gregory Peck, Virginia Mayo. Peck interpreta o comandante britânico que cumpre, com arrojo, inteligência e altivez, suas missões durante as Guerras Napoleônicas, ao mesmo tempo em que encanta Virginia Mayo. Um clássico do capa-e-espada. Legendado.

Mera Coincidência
SBT, 1h.
  
(Wag the Dog). EUA, 1998, 97 min. Direção: Barry Levinson. Com Robert de Niro, Dustin Hoffman, Anne Heche. Presidente dos Estados Unidos envolve-se em escândalo sexual, em vista do que um especialista em resgate de políticos na pior (De Niro) é convocado. Sua idéia consiste em, com a ajuda de um produtor de Hollywood (Hoffman), produzir uma guerra para abafar o escândalo. As semelhanças com os problemas em que se envolveu Bill Clinton são mera coincidência, mas vieram a calhar. A idéia dessa sátira política é que uma boa guerra resolve bons problemas. O elenco é, no entanto, o ponto mais forte do filme.

Tão Longe, Tão Perto
Globo, 1h35.
  
(Faraway, So Close). Alemanha, 1993, 144 min. Direção: Wim Wenders. Com Otto Sanders, Bruno Ganz, Peter Falk, Nastassia Kinski. Seqüência de "Asas do Desejo", em que dois anjos sobrevoavam Berlim, às vésperas da queda do Muro. Aqui, o dito muro caiu, e um deles resolve se tornar humano, a fim de poder interferir nas coisas. Mas nem sempre essa condição o deixará feliz. Bem inferior ao primeiro filme do alemão Wim Wenders.

Dallas - O Retorno de J.R.
SBT, 3h.
 
(Dallas - J.R. Returns). EUA, 1996, 120 min. Direção: Leonard Katzman. Com Rosalind Allen, Christopher Demetral. "Revival" da velha série, em que o vilanesco J.R. volta à sua cidade, disposto a recuperar as empresas da família. Para tanto, terá de recorrer a alguns golpes um tanto baixos. Feito para a TV. Só para São Paulo.

Nos Tempos da Brilhantina
Globo, 3h10.
  
(Grease). EUA, 1978, 110 min. Direção: Randal Kleiser. Com John Travolta, Olivia Newton-John. Musical de grande sucesso, dos primórdios de Travolta, aqui evocando os anos 50 e as maneiras dos jovens de então de se amar. Simpático e também cheio de energia. (IA)

TV PAGA

Por que um cafajeste age como cafajeste?

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não faz tanto tempo, Jece Valadão surgiu na TV pregando a palavra de Cristo. Ninguém levou muito a sério: então o velho cafajeste tinha se convertido? Duvido. Na certa, queria aproveitar o fabuloso mercado da fé.
Não se pode avaliar a fé de ninguém, nem sua verdade, até que ela se manifeste plenamente, como já bem sabia Carl Th. Dreyer. Mas Jece Valadão é o caso mais forte de imagem pública que se vincula a uma pessoa. Assim como seu filme mais célebre como ator é "Os Cafajestes" (Canal Brasil, 22h45), de Ruy Guerra, quase todos os seus papéis são de cafajestes. Os filmes que produziu dizem respeito a cafajestes.
Há um outro caso quase tão marcante, o de Zé do Caixão. Como José Mojica Marins, seu criador, usa na vida real as unhas compridas do personagem, ninguém imagina que um e outro possam ser diferentes. O caso Jece é o de um ser anfíbio: ao mesmo tempo galã e mau-caráter.
Mas é como produtor que, me parece, deu a melhor contribuição ao cinema. Foi dos melhores (e continua pouco reconhecido). Contando certa vez a história de "Os Cafajestes", ele lembrava que Guerra era um excelente diretor, mas tinha o hábito de prolongar as filmagens. Por quê? Simples: enquanto rola a filmagem, nunca falta comida e alojamento.
Jece, que tinha pouco dinheiro para fazer o filme, diz que ficou em cima dele para a filmagem não atrasar. E, de fato, não atrasou. Quando vejo "Os Cafajestes", até hoje não entendo por que Jece e Daniel Filho fazem tantas malvadezas com Norma Bengell. Pode ser sadismo. Repressão. O que quiser: nada esgota o assunto, nada me convence como explicação. Exceto a evidente: fazem porque são cafajestes. Caso contrário não o seriam. As coisas são o que são.


OS CAFAJESTES. Quando: hoje, às 22h45, no Canal Brasil.


Texto Anterior: Astrologia
Próximo Texto: José Simão: Ueba! Rosinha nasceu da costela do Garotinho!
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.