Um dos principais estilistas do mundo, Hussein Chalayan cria instalação de 15 metros na Cidade do México

Chamar o cipriota-britânico Hussein Chalayan de "estilista" talvez seja empregar um termo muito limitado. Ele é um pouco mais do que isso.
Nas últimas temporadas em Paris, onde desfila suas coleções, Chalayan tem indicado um fértil futuro para a tecnologia da moda, ao exibir protótipos de roupas feitos com "tecidos digitais" que mudam de cor e vestidos cujas formas se alteram conforme os comandos de um computador.
Além de "pesquisador-cientista", Chalayan, 38, tem uma desenvolvida veia artística. Ele já participou da Bienal de Veneza (em 2005) e expôs seus trabalhos em várias cidades do mundo, o último deles na Cidade do México, onde inaugurou no começo de maio uma instalação patrocinada pela Level Vodka, bebida premium produzida pela Absolut.
A instalação de 15 m de largura, 5 m de altura e 35 t de peso foi construída na Suécia (cidade-sede da Absolut) e remontada no México, no Centro de Arquitetura e Design (CAD).
Em setembro, a obra será mostrada em Atenas. Em outubro, em Paris. A Absolut cogitou trazê-la ao Brasil, mas desistiu, por falta de datas livres nas instituições consultadas em São Paulo.
A obra consiste num gigantesco túnel que o público percorre de olhos vendados, experimentando diferentes aromas, ouvindo sons incidentais e tateando o invisível.
"É uma experiência sinestésica, uma exploração do desconhecido", disse Chalayan, que declarou à Folha ser um fã de Oscar Niemeyer. "Adoro o trabalho dele. Niemeyer realizou o sonho de todo arquiteto: construir uma cidade inteira."
Em fevereiro, Chalayan foi contratado como diretor criativo da Puma -função que exercerá em paralelo com o trabalho em sua própria grife. Fascinado pelo futuro, ele quer explorar o know-how tecnológico da empresa de roupas esportivas para abrir novos novos horizontes para a moda.