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DANÇA
Grupo apresenta peças clássicas e modernas em turnê por seis cidades brasileiras, que começa hoje, em Porto Alegre
Balé Real da Dinamarca busca o novo na tradição
LUCIANA ARAUJO
DA REPORTAGEM LOCAL
Stravinsky e Radiohead. A música de duas das cinco coreografias que o Balé Real da Dinamarca
apresenta a partir de hoje, até o
dia 9 de julho, em turnê pelo Brasil, é uma pista sonora do que se
verá em cena: movimentos que
vão do clássico ao moderno em
busca da atualidade, sob o peso
dos 248 anos de tradição.
Pela quinta vez em terras brasileiras, o grupo dinamarquês que
já se apresentou no Norte (Manaus) e Nordeste do país (Recife,
Aracaju), agora privilegia o Sul,
com apresentações em Porto Alegre, Florianópolis, entre outras cidades catarinenses, além de São
Paulo.
"Apollo", de George Balanchine, com música de Stravinsky,
abre a apresentação. Concebida
em 1928 para os Ballets Russes,
companhia de Serge Diaghilev, a
coreografia neoclássica, sobre o
deus grego protetor das artes, foi
considerada moderna na época,
como lembra o dinamarquês Peter Bo Bendixen, 40, diretor artístico do Balé Real: "Mesmo voltando aos anos 20, trazemos um espetáculo à frente de seu tempo".
Além disso, segundo Bendixen,
trazer "Apollo" novamente para o
Brasil -a coreografia foi apresentada nas turnês de 91, 97 e
2003- foi um pedido dos próprios organizadores brasileiros.
Por sua vez, outro clássico da
história da dança encerra o programa, "Napoli" (1842), de August Bournonville, com música de
H. S. Paulli. A peça é composta de
três atos -dos quais apenas o terceiro será apresentado aqui- e é
uma das 50 coreografias que
Bournonville criou para o Balé
Real nos anos em que o dirigiu,
entre 1830 e 1877. Diante de tal legado, Bendixen reafirma "o novo". ""Napoli" é sempre divertido,
mas nunca é o mesmo. Se for
sempre igual, mesmo que seja
bom, o espetáculo morre", avalia.
Entre "Apollo" e "Napoli", o Balé Real interpreta três obras contemporâneas, acentuando o objetivo que Bendixen destacou durante toda a entrevista à Folha:
mostrar que são "capazes de realizar um trabalho moderno e de incentivar novos talentos".
São elas: "A Pequena Vendedora de Fósforos" (2004), da dinamarquesa Louise Midjord, ao
som de Vincent Gallo e do Radiohead; "Triplex" (1999), do inglês
Tim Rushton, com música de
Bach, e "The Wish" (o desejo),
criado pelo australiano Stanton
Welsh, no qual o coreógrafo une o
clássico e o contemporâneo em
uma história sobre duas pessoas
próximas que um dia se afastam.
Entre as estrelas do grupo, Bendixen destaca o dinamarquês Nicola Hübbe, integrante do New
York City Ballet. E salienta seu
virtuosismo. "Ele tem o estilo tradicional do balé dinamarquês."
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