São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 2006

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CDs

Hip hop
St. Elsewhere
    
GNARLS BARKLEY
Gravadora:
Warner; Quanto: R$ 43,90, em média
Em tempos de música digital, o CD do Gnarls Barkley, excelente projeto do superprodutor Danger Mouse com o MC Cee-Lo, já está quase velho. Principalmente depois da faixa "Crazy" ter sido a primeira música vendida apenas por download a chegar ao primeiro lugar da parada britânica de singles. O hit dá uma pista do que viria a ser o disco -que também pode ser encontrado inteiro on-line-, com sua fina mistura de soul, rap, música gospel, new wave, rap "old school" etc., em letras bem-humoradas que falam até de necrofilia.
POR QUE OUVIR: Porque Danger Mouse é um dos principais produtores de hip hop atualmente e Cee-Lo tem um vocal incrível. Não bastasse, o disco aponta para novas direções no rap -e também na forma de consumir música-, muito além do gangsta ou da baba pop feita por bandas como Black Eyed Peas. (ADRIANA FERREIRA SILVA)

MPB
A Música em Mim
    
LUCINA
Gravadora:
Duncan Discos; Quanto: R$ 22, em média
Artista discreta, mais conhecida pela dupla que formou com Luli (hoje Luhli) por 25 anos, entre as décadas de 70 e 90, Lucina recebe agora mais um incentivo da parceira Zélia Duncan para manter sua carreira em movimento. Pelo selo de Duncan, Lucina lança um CD curto (nove faixas) em que sua voz grave dá vida a algumas boas canções de amor, como "Coração Inquebrável", "Enfim" (ambas com letras de Duncan) e "Beijo Clandestino" (letra de Paulinho Mendonça), e às divertidas "Oxford Street" e "Samba da Zinha". A faixa-título é outro destaque em um repertório encantador, mesmo que não brilhante.
POR QUE OUVIR: A unidade sonora garantida pelo uso dos mesmos músicos em quase todas as faixas e o bom nível das composições dão ao CD, produzido por Bia Paes Leme, um resultado prazeroso. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

MPB
Sábado
  
BENA LOBO
Gravadora:
independente; Quanto: R$ 25, em média
Não deve ser fácil ser filho de Edu Lobo, um dos maiores compositores brasileiros. Bena Lobo optou por um caminho mais pop, o que diminui as comparações com a produção paterna. Mas as letras e as melodias ainda estão abaixo de um padrão satisfatório de qualidade. Neste disco, destacam-se algumas parcerias com outros compositores, como "Imagem e Semelhança" (Kiko Continentino e letra de Milton Nascimento), "Espelho da Noite" (letra de Paulo César Pinheiro) e "Tá Faltando Esclarecer" (com Alexandre Vaz e Totonho Villeroy). As músicas com temática mais jovem, como a faixa-título- em que Seu Jorge é um dos parceiros- são precárias.
POR QUE OUVIR: Bena Lobo é um artista em evolução. Das várias trilhas melódicas e temáticas que segue, algumas sinalizam um futuro maduro. (LFV)

Rock
Paper Tigers
  
CAESARS
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 35, em média
Talvez você não se lembre desta banda, mas se trata do grupo sueco que gravou a música "Jerk it Out", usada em comerciais de iPod -o detalhe é que ela está novamente neste novo disco, após já ter batido cartão em álbuns anteriores. Para não se tornar banda de uma música só, o Caesars avança um pouco no tempo para "atualizar" suas referências ao trocar os anos 60 pelos 70. Continua, no entanto, o clima de garagem, com seu órgão Farfisa, mas com uma pegada mais pop; nos momentos com menos lustro, eles aproximam-se do indie lo-fi feito pelo americano Guided by Voices.
POR QUE OUVIR: Em sua obsessão pelos anos 60 ou 70, o Caesars consegue recriar climas de bandas clássicas do período; mas, se a sua busca for por originalidade, melhor voltar para o iPod. (BRUNO YUTAKA SAITO)

Cover
Os Britos
  
OS BRITOS
Gravadora:
Som Livre; Quanto: R$ 22, em média
Não dá para dizer que este álbum é tão oportunista quanto Danni Carlos ou Paulo Ricardo por um motivo: apesar de ser uma banda dedicada aos Beatles, os Britos não se pautam pelos hits mais fáceis do quarteto inglês. No cerne, são coadjuvantes do rock nacional (George Israel, do Kid Abelha, Rodrigo Santos e Guto Goffi, do Barão Vermelho, e o guitarrista e produtor Nani Dias) se unindo para render tributo e se divertir. Aqui tem "Rain", Anytime at All" e uma bela "Something", com Paula Toller. No DVD, vendido separado, tiram a onda de tocar no Cavern Club.
POR QUE OUVIR: Duas inéditas legais: "Amor de Bicho" (com raiz no T. Rex) e a balada beatlesca "Dia Comum", e um repertório que não pegou "Yesterday" nem "She Loves You". Mas vai levar só duas estrelas. Porque é cover, vai. (MÁRVIO DOS ANJOS)

Goodbye Alice in
Wonderland
 
JEWEL
Gravadora:
Warner; Quanto: R$ 35, em média
Ela tem 32 anos, mas já achou que era hora de fazer um disco autobiográfico. Neste adeus ao mundo da fantasia, Jewel canta toda a melancolia acumulada até aqui em sua vida. Depois de iniciar a carreira num universo folk de canções contidas e bem-acabadas, a cantora partiu para o experimentalismo e parece ter perdido muitos fãs. Agora, em seu sexto disco, retorna às raízes e faz um álbum musicalmente chato e monocórdico bem no estilo Sheryl Crow, com o agravante de que lhe falta a personalidade da já veterana cantora norte-americana. POR QUE OUVIR: Para entender como uma boa produção pode transformar o tradicional folk norte-americano num gênero pop e fácil de ouvir. Neste caso, o sucesso foi imediato, Jewel vendeu 82 mil cópias do álbum na semana do lançamento. (SYLVIA COLOMBO)

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