São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 2006

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Death Cab for Cutie dá nome estranho ao emo

Com firme carreira no rock independente, americanos lançam seu sétimo disco

Quarteto vindo de Seattle sai do underground com tom delicado e sombrio de suas letras; grupo está cotado para festival no Brasil


LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Bons tempos em que as badaladas bandas novas de rock eram batizadas por um nome curto seguido de um simples "The". The Strokes, The Vines, The Hives, The Killers, The Darkness, The Datsuns.
"Olá. O nome da banda é Death Cab for Cutie", costuma anunciar o vocalista Ben Gibbard no começo de um dos shows mais concorridos do atual rock americano.
O Death Cab for Cutie (em tradução livre táxi mortal para a fofa), quarteto de Seattle, é representante de uma larga safra de grupos com batismo esquisito que saíram do underground americano para escrever seu nome na "Billboard", na MTV, nos grandes festivais, na TV.
O mais recente álbum da banda, "Plans", chega ao Brasil com discos dos grupos de nomes-frase Panic! At the Disco e She Wants Revenge. O próximo Tim Festival prepara-se para receber, neste ano, os "afirmativos" Yeah Yeah Yeahs! e o Clap Your Hands Say Yeah. E, se você vasculhar a internet e se deparar com bandas emergentes como o californiano Eagles of Death Metal e o canadense Death from Above 1979, pegue, compre, baixe. Eles são de matar mesmo (de bons).
Por exemplo, o internacional grupo paulistano Cansei de Ser Sexy (nome-frase), lança em breve nos EUA o primeiro single "Let's Make Love and Listen to Death from Above", com menção à dupla canadense.
"Tiramos nosso nome de uma música que está no filme "Magical Mystery Tour", dos Beatles", explica à Folha o guitarrista do Death Cab for Cutie, Chris Walla, em conversa por telefone, de Nova York. "Death Cab for Cutie", a música, pertence à banda Bonzo Dog Doo-Dah. "A música do Bonzo tocou em uma divertida cena de striptease do filme dos Beatles. Isso nos marcou", diz Walla.
"Plans", o disco do Death Cab for Cutie que tem seu lançamento por aqui via Warner, representa uma virada do grupo rumo a certo estrelato.

Quase nova
O DCFC soa como banda nova, mas tem firme carreira no rock independente americano desde 1997. "Plans" é o sétimo disco do quarteto, mas o primeiro por uma grande gravadora (Atlantic Records).
Outro fator que empurrou a banda para o estrelato indie é o tom delicado e um pouco sombrio de suas letras. Isso fez o Death Cab for Cutie despertar alguma identidade junto à massa triste e desesperançada que domina o emo americano. O Death Cab for Cutie, se dá para escrever, é um emo-pop carregado por guitarras indies.
Por isso que, em shows, o novo single da banda, "I Will Follow You into the Dark", é cantado em uníssimo por três tribos do rock americano.
O Death Cab for Cutie não pára. Fez bem-sucedida turnê americana com o Franz Ferdinand, percorre os festivais de verão da Europa, vai para a Ásia, volta aos EUA para estrelar o Lollapalooza e, parece, está vindo para o Brasil.


PLANS
Artista:
Death Cab for Cutie
Gravadora: Warner
Quanto: R$ 35, em média


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