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Instituto mostra inéditas em show
Banda experimenta no Sesc Santana novas sonoridades com elementos jazzísticos e pitadas de rap, samba e percussão
O DJ Zé Gonzales volta ao grupo, no lugar do produtor Alexandre Basa, e faz uma apresentação mais minimalista hoje à noite
DA REPORTAGEM LOCAL
Vem aí um novo Instituto.
Ou melhor, uma banda que experimenta composições inéditas e outra sonoridade, mais
minimalista, percussiva e desconstruída. A mudança, que
poderá ser conferida no show
de hoje, no Sesc Santana, se deve à ausência do instrumentista
e produtor Alexandre Basa, que
está em Amsterdã, trabalhando
no disco de rappers holandeses,
e será substituído pelo DJ Zé
Gonzales.
A participação de Zégon, como é conhecido na noite paulistana, não é novidade. O DJ de
hip hop esteve presente no primeiro disco do coletivo, "Coleção Nacional", lançado em
2002, e tocou na apresentação
que a banda fez em maio deste
ano, no Sesc Pompéia, quanto
reinterpretou o disco "Racional", de Tim Maia.
"Zégon era integrante da
banda. Era o DJ oficial", explica
o multiinstrumentista Daniel
Ganjaman. "Ele saiu porque estava morando em Los Angeles."
A parceria entre Ganjaman e
Gonzales vem de longa data.
Além de terem tocado juntos
no Planet Hemp, a dupla dividiu a produção de discos dos
Racionais MCs, MV Bill e Sabotage, entre outros.
A identificação, explica Zégon, rola porque eles se completam: "O Ganja tem bom gosto e, como instrumentista, um
lado muito econômico. Eu desconstruo o que ele faz, cortando
e sampleando", conta.
O repertório desta noite, afirma Ganjaman, não terá faixas
de "Coleção Nacional". "Vamos
mostrar algumas coisas inéditas. Até o fim do mês, teremos
um show inteiro novo", fala.
Nova fase
O som, define Ganja, está
mais "jazzístico", mas continua
destacando bastante o samba e
o rap, além da percussão. A
principal mudança com a troca
de Basa -que toca piano, guitarra e flauta- por Zégon estará na harmonização.
Para suprir esses ritmos, o
DJ atuará como "instrumentista dos toca-discos", criando
harmonias a partir de samples
e scratches. "Com o Zé, o caminho será ainda mais percussivo.
Mais minimalista e com menos
"enchimento" de harmonia",
acredita Ganjaman.
O retorno de sua quarta turnê européia é marcado não só
pela sonoridade mas também
por uma mudança de rumo.
Criado como coletivo, o Instituto passa a atuar agora mais
como grupo, se desvinculando
do núcleo de produção, que inclui ainda uma rádio, um site,
um selo e uma festa.
O resultado é que o coletivo
fará um disco com participações, como o " Coleção Nacional", e o grupo, outro, que está
praticamente pronto, segundo
Ganjaman. "A idéia é ampliar
ao máximo o conceito do Instituto", diz ele.
(ADRIANA FERREIRA SILVA)
INSTITUTO
Quando: hoje, às 21h
Onde: Sesc Santana (av. Luiz Dumont Villares, 579, Santana, tel. 0/xx/11/6971-8700)
Quanto: R$ 5 a R$ 10
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