|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Billboard virtual" indica os sucessos da internet
Site cria parada com as músicas que os internautas ouvem, baixam e comentam
We Are Hunted pesquisa em serviços como Twitter para mostrar artistas e faixas que são tendência e criar um catálogo de vendas com eles
GUSTAVO VILLAS BOAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A nova parada musical não é
formada pelas músicas que as
rádios tradicionais estão tocando para milhares, mas pelas que
milhares estão ouvindo à sua
maneira -e na internet são
muitas as maneiras: YouTube,
Last.FM, rádios on-line, blogs e
downloads, legais ou não.
É essa a ideia do We Are
Hunted, site que, em menos de
um ano, já foi chamado de "Billboard" da geração P2P -referente à troca de arquivos- pela
revista "Wired". A alcunha repercutiu na blogosfera.
Para o Mashable, um dos
blogs mais acessados do mundo, o endereço é parte de um time de empresas iniciantes que
teve uma "ideia genial".
"Queremos classificar o barulho da web social e dar sentido aos milhões de vozes que falam sobre música", diz Nick
Crocker, diretor-executivo da
Native Digital, uma das duas
empresas por trás do projeto.
E é uma gritaria: apenas no
Brasil, cerca de 21 milhões de
pessoas com idades entre 12 e
64 anos baixam músicas; praticamente a mesma quantidade
forma a audiência que ouve
"streaming", ou transmissão
direta como no YouTube, segundo o Ibope/Nielsen Online.
"Os consumidores têm se
afastado dos CDs e começam a
fazer buscas, encontrar e comprar música on-line. Por isso,
paradas com o We Are Hunted,
que ressaltam tendências, espelham de forma cada vez mais
precisa o sentimento entre os
fãs", afirma Crocker.
O We Are Hunted não formula uma só parada. Contempla ranking com 99 itens semanais e mensais, mas tendência
mesmo são os "emergentes":
artistas ou faixas em evidência
naquele momento.
Para Crocker, a seção que
hierarquiza as mais ouvidas pelos usuários do Twitter -e não
as mais comentadas, ele ressalta- é ainda mais rápida em espelhar o que movimenta a web.
Catálogo de vendas
Ao trazer à tona o gosto dos
fãs de música on-line, o We Are
Hunted provavelmente não
causa faniquitos na indústria
fonográfica. Os eleitos são vinculados a ofertas em diferentes
lojas on-line. Alguns podem ser
ouvidos gratuitamente.
Ou seja, o site alimenta aquilo que a Federação Internacional da Indústria Fonográfica,
em seu relatório anual, chamou
de "uma nova geração de serviços de assinatura, redes sociais
e canais de licença".
Esse mercado não é só perspectiva: no Reino Unido, os jovens já compram mais faixas
isoladas do que compartilham
arquivos, apontou pesquisa recente do sindicato da indústria
fonográfica britânica.
E não é só a venda de títulos
por download que tem amadurecido. As principais rádios on-line também começam a engendrar seus modelos de negócio. Há três semanas, após dois
anos de negociação, os proprietários de direitos autorais e radialistas da web chegaram a um
acordo sobre o custo das transmissões nos EUA. Sem esse
acordo, até a gigante Pandora
-restrita aos Estados Unidos-
cogitava fechar.
Já a Last.FM passou a cobrar
US$ 3 de assinatura mensal para ser ouvida livremente. As audiências dos Estados Unidos,
do Reino Unido e da Alemanha
foram dispensadas da taxa. A
cobrança aparentemente não
alterou o público total: em junho, o site teve seu maior número de visitantes -dado corroborado pelo medidor de audiência independente Alexa.
Texto Anterior: "Photoshop musical" não deixa cantor desafinar Próximo Texto: Crítica/DVDs: "Gilmore Girls" evolui bem nos diálogos entre mãe e filha Índice
|