Fernando Laszlo/Divulgação

Vania Abreu, com figurino de Beth Prado e Sandro Barros, em ensaio para a produção do encarte de seu novo CD

Baiana revela-se para a MPB com repertório eclético de seu CD "Seio da Bahia", que lança neste fim-de-semana com três shows no Sesc Pompéia

CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

A cantora Vania Abreu lança seu novo CD, "Seio da Bahia", de hoje a domingo, no Sesc Pompéia. Até aí, nenhuma novidade.
A diferença é que, apesar de seu currículo contar com peculiaridades, como o fato de ser irmã de Daniela Mercury, a cantora baiana decidiu traçar um caminho absolutamente pessoal para configurar sua carreira, totalmente desvinculada de possíveis estratégias de marketing que seu parentesco poderia proporcionar.
O motivo é que Vania Abreu sempre teve consciência de que sua trajetória não poderia se basear em comparações com a irmã ilustre ou nos ritmos de seu Estado natal, como a axé music.
"Cheguei a cantar muitas vezes axé, mas eu descobri que, fazendo só axé, eu teria um limite. Como baiana, o Carnaval e a música de rua me emocionam. Eu saio atrás do trio elétrico e adoro, mas isso não me emociona por completo", disse à Folha.
"Eu nunca tive ídolos. Essa foi uma das minhas vantagens. Na verdade, sempre tive pessoas que admirei. O ecletismo vem daí. A imagem desse disco está muito relacionada a um sonho da década de 30, de uma cantora que não estava ligada a nenhum grupo ou movimento, mas saía apenas para cantar. Meu único compromisso é com a MPB e com a minha emoção", complementou.
"Seio da Bahia", seu terceiro CD, é mais uma prova desse ecletismo. Vania Abreu canta então sambas de roda, canções pop, toadas, bossas novas... MPB, enfim. Ao contrário de seus dois CDs anteriores ("Vania Abreu", de 95, e "Pra Mim", de 97), dedicados a compositores jovens ou desconhecidos, o novo trabalho apresenta canções que sempre fizeram parte de seu repertório.
"São as canções que eu mais cantei na minha vida. É como se ele determinasse uma grande estrada e todas as paradas que fiz. Esse repertório foi tomando conta da minha vida. É como se com ele eu dissesse de onde vim, que caminhos trilhei e onde me apóio", disse.
Os shows deste fim-de-semana são baseados nesse novo CD (leia crítica nesta página).
Vania Abreu estará acompanhada de uma banda de oito músicos, liderada por Paulo Dáfilin, produtor musical do CD e do show, que privilegiou arranjos acústicos e um tanto quanto camerísticos, executados por uma profusão de cordas: celo, violino, violões de 12 cordas, cavaquinho e baixo.
"É uma banda grande. Estou com eles há três anos e meio. Temos uma linguagem já configurada. Ela é a minha tribo", disse a cantora, que também não esconde seu apego a todas essas canções, que a acompanham há anos. "Eu dependo dessas canções e por isso as trago para o show. Acho que sou uma grande viciada em música", disse.


Show: Seio da Bahia, com a cantora Vania Abreu Músicos: Paulo Dáfilin (violões), Marco Polo Pan (violões), Xinho Rodrigues (baixo), João Cristal (teclados), Duda Moura (bateria), Da Lua (percussão), Lara Ziggiatti (violoncelo) e Márcia Sanches (violino) Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, Pompéia, tel. 0/xx/11/3871-7700) Quando: hoje e amanhã, às 21h; domingo, às 18h Quanto: R$ 10, R$ 7,5 (com carteirinha do Sesc) e R$ 5 (comerciários e estudantes)

Texto Anterior: Mundo Gourmet - Josimar Melo: A cozinha do bar
Próximo Texto: Baiana tem seu site na Internet
Índice