São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 2002

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RUÍDO

Numeração é quase inviável, diz Casa Civil

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas reuniões depois da abertura do grupo de trabalho sobre a numeração de CDs e livros, a primeira conclusão é de que a numeração exemplar por exemplar é "praticamente inviável" e colocaria os preços acima da realidade de mercado do Brasil.
Segundo a Casa Civil da Presidência da República, que coordena o grupo, ontem seria encaminhada (por sugestão da própria Casa Civil) uma proposta do setor de discos, de que o controle seja feito por meio de um site (mantido pelo governo, a princípio) que estreitaria a relação entre gravadoras e artistas.
A numeração por lote mantém-se em pauta, embora numerar seja considerado, pela Casa Civil, "possibilidade de difícil aceitação, no momento".
Um dos músicos representantes na comissão, Frejat diz que não pôde participar da última reunião por razões profissionais. O outro, Ivan Lins, não respondeu ao pedido da Folha de comentar sua participação. E, na prática, chega-se mais perto do veto total da idéia e do projeto pró-numeração.

O NÃO-LANÇAMENTO

Parceira de palco de Edu Lobo e Tom Zé nos clássicos festivais dos anos 60, a sumidíssima Marilia Medalha gravou pela Philips (atual Universal) momentos que seriam inesquecíveis, se não houvessem sido esquecidos. "Marilia Medalha" (68) estampa versões cantadas com louvor, rigor e doçura de "Camisa Listada", "O Bem do Mar", "Frevo Rasgado" e "Coração Vagabundo".

PARCEIROS

Pela primeira vez, o presidente da Abril Music, Marcos Maynard, admite que pode haver um fundo de verdade em insistentes boatos sobre a venda da gravadora nacional a uma major (a Warner, de acordo com os rumores mais recentes). Em seu discurso, entretanto, diz que está em busca de quem aceite a Abril como parceira, não como objeto de compra. "Precisamos de um catálogo internacional, que todas as gravadoras grandes têm e nós, não", afirma.

INDIES DE LUXO

Os Racionais estréiam turnê do novo disco em 26 de outubro, com show de gala no ginásio do Ibirapuera. O espetáculo se transformará no primeiro DVD dos rappers, que a gravadora independente Zambia pretende lançar ainda em 2002. O CD recém-lançado se mantém no patamar de 200 mil cópias vendidas. "Sabemos que uma margem de 40% fica para os piratas, não tem jeito", diz o diretor artístico William Santiago. Mas o grupo tem a festejar a vitória da estratégia de recomendar nominalmente a venda do CD duplo a R$ 23,90, na capa. As lojas vêm obedecendo rigorosamente a recomendação dos Racionais. "Eles tiveram que abdicar de faturar um pouco mais, mas a margem de lucro é boa", afirma Santiago.

psanches@folhasp.com.br


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