São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2005

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Disco de estréia terá CD-R e extra

COLUNISTA DA FOLHA

O esquema da estréia em disco do Cansei de Ser Sexy é tão ousado quanto a banda. O sexteto demorou praticamente dois anos para lançar seu primeiro álbum, mas, agora que finalmente vai sair, vem triplo. Mais ou menos.
O CD com selo da TramaVirtual e nome "Cansei de Ser Sexy" que atinge as lojas nacionais no comecinho de outubro vem com o disco em si, oficial, de 14 faixas. Na mesma caixa, um CD-R, gravável, em branco, para o comprador do disco descarregar as músicas no computador, gravá-lo no CD virgem e presentear um amigo.
A iniciativa da banda e da gravadora bota o dedo na ferida da grande indústria da música, em guerra na Justiça contra garotos que usam computador para compartilhar músicas "roubadas" na internet. Mas significa um tributo ao mundo que fez a fama do CSS no indie nacional: o virtual.
Filhote legítimo da geração internet, o CSS, assim que formado, virou fotolog, causou agito em e-mails, blogs e foi parar na TramaVirtual, divisão on-line da Trama, vitrine para bandas novas botarem suas músicas em arquivos MP3s e tentarem a sorte. A TramaVirtual tem cadastradas quase 15 mil bandas independentes, o que gera um acervo de cerca de 30 mil canções.
O Cansei de Ser Sexy, que desde 2003 quase sempre freqüentou o top 10 das mais ouvidas do site, em meio a um exército de bandas de emo e hardcore melódico, representa o primeiro disco da nova empreitada da subdivisão da Trama de chegar ao CD físico com seus frutos virtuais.
O terceiro disco do "megalançamento indie" do CSS é o CD "CSSSuxxx", um extra de sete faixas (inéditas e em versões mais pesadas que no álbum) que será vendido a preços camaradas nas apresentações ao vivo da banda.
O CSS conta com Ana Rezende, Luiza Sá e Carol Parra nas guitarras, Ira Trevisan no baixo, a ótima Luíza Lovefoxxx no vocal e o único homem da banda, Adriano Cintra, nas baterias e guitarra.
E olhar estrangeiro em cima das estripulias dessas cinco meninas e um menino não vem só da Inglaterra. O crítico musical Simon Reynolds, nascido no Reino Unido, mas colaborador das revistas "Spin", "Rolling Stone" e dos jornais "New York Times" e "Village Voice", viu a apresentação da banda paulistana no último Campari Rock e gostou.
"Eles começaram sendo um grupo indie barulhento e terminaram completamente pop, divertidos. A banda tem alguns candidatos a hits, deu para notar numa primeira ouvida. Achei engraçado perceber, conversando com algumas pessoas depois do show, que o CSS os ofende de alguma maneira, por ter uma certa falta de grandes habilidades musicais", afirmou Reynolds.
O baterista Adriano Cintra diz ainda não ter assimilado esse interesse estrangeiro em sua banda tão indie e paulistana. "Acho isso muito surreal. Ainda não entendemos direito o que está acontecendo." (LR)


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