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Revista espanhola "Rojo" abre galeria no bairro de Pinheiros
Para fundador da publicação, São Paulo é candidata a centro criativo global
SILAS MARTÍ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sem publicar uma palavra sequer, a revista espanhola "Rojo" virou referência mundial.
Cada edição dedica suas 160 páginas a mostrar o trabalho de
650 artistas -que agora estarão numa galeria que a revista
inaugura em São Paulo.
O espaço de 80 m2 vai ocupar
parte da livraria Pop, na rua Dr.
Virgílio de Carvalho Pinto, em
Pinheiros, e abre em setembro
com uma exposição da artista
japonesa Aya Kato. A curadoria
é dela mesma.
"Os curadores estão todos
mortos. Matamos todos eles",
brinca o espanhol David Quiles, fundador da revista, em entrevista exclusiva à Folha.
Ele diz que a revista e a galeria funcionam de forma anárquica, abastecidas por uma comunidade alternativa de artistas, que dispensa a interferência de curadores e críticos.
"O artista se aproxima da
gente e passa a publicar. São
pequenas estruturas adaptadas
à sociedade de cada lugar", explica Quiles, que se mudou para a capital paulista também
para coordenar os próximos
números da revista. "Eu acho
que o próximo centro criativo
do mundo vai ser São Paulo."
A nova galeria em Pinheiros
-que terá exposições mensais- deve se abastecer da arte
de rua e de trabalhos estrangeiros publicados na "Rojo".
O espaço paulistano é o segundo aberto pela revista, que
inaugurou em maio uma galeria em Barcelona. E a idéia é
descentralizar, promovendo
intercâmbios de artistas pelo
mundo e a abertura de galerias
em Bucareste, Nova York, Los
Angeles, Paris e Milão.
Sentado à mesa de um bar na
esquina da rua onde ficará a galeria, Quiles adianta o perfil
bem-vindo na festa de inauguração: "Vamos fechar a rua e
deixar entrar só quem tem cabelo e sapato estranho".
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