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Polícia aponta suspeito por cópia pirata de "Tropa de Elite"
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO
A polícia do Rio ouviu ontem
Marcelo dos Santos Lima, 26,
suspeito de ter feito a primeira
cópia pirata em DVD do filme
"Tropa de Elite". As investigações para descobrir quem pirateou "Tropa de Elite" partiram
da exibição de uma das cópias
no BOPE (Batalhão de Operações Especiais) da PM, que é tema do filme. Além de Lima, outros dois funcionários da produtora, onde ele trabalhava, foram ouvidos ontem.
O filme é o mais vendido e o
mais apreendido nas bancas de
camelôs do Rio desde o início
do mês.
Segundo o delegado, Angelo
Ribeiro, titular da DRCPIM
(Delegacia de Repressão aos
Crimes Contra a Propriedade
Imaterial), Lima disse no depoimento que fez duas cópias
do filme. Uma para um amigo,
que é ator do filme, e outra, que
teria passado por seis pessoas
até chegar à PM. A Folha não
conseguiu falar com o advogado de Lima.
As investigações duraram
dez dias. Segundo o delegado,
foram ouvidas diversas pessoas
e recolhidas provas documentais até chegarem ao nome de
Lima, que fazia as legendas da
produtora Drei Marc.
"Considero o caso encerrado.
Depois de uma série de depoimentos, hoje sabemos que o
Marcelo foi o primeiro a fazer a
cópia. A princípio, para ceder
para um amigo, que participou
como ator do filme e depois fez
outra cópia. Para poder mandar para juízo ainda tem alguns
detalhes, como o laudo pericial", disse o delegado.
Segundo o delegado, Lima
vai ser indiciado por violar direito autoral. Segundo ele, até
ontem as investigações não
apontavam que as cópias tivessem sido feitas visando lucro.
Se fossem, a lei prevê para esses casos até quatro anos de
prisão.
"Estou muito feliz com o trabalho da DRCPIM e do delegado Ribeiro, que conseguiram
desbaratar esse grupo e provar
que não era uma jogada de
marketing. O filme verdadeiro
vai estar dia 12 de outubro nos
cinemas e esse ninguém vai piratear", disse o diretor do filme, José Padilha.
Alexandre Mofati, o ator que
recebeu uma cópia de Marcelo,
disse que não sabia que era pirata. "Eu quero esclarecer que
não pedi nada a ele nem a ninguém. O Marcelo é um conhecido meu. Ele fez uma cópia do
filme com a intenção de me
presentear, sem que eu soubesse o que era o filme. A verdade é
que não foi ele quem pirateou.
Ele está sendo bode expiatório", declarou Mofati.
"Ele [Lima] está sendo demitido. Desde o início estamos
ajudando nas investigações.
Esse filme veio para inserção
de legendas, mas a gente não
tem provas ainda, existem suspeitas. Estou mandando ele
embora não por pirataria, mas
por quebra de confiança", afirmou Marcelo Camargo, um dos
diretores da Drei Marc.
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