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Comentário
Comédias na BBC lançaram o ator inglês
MARCELO REZENDE
ESPECIAL PARA A FOLHA
De início os números, mostrando a dimensão do espaço
que o ator Hugh Laurie ocupa
na indústria da diversão e em
nossas vidas: cada episódio da
série "House" na temporada
passada foi visto por 81,8 milhões de pessoas em 66 países.
Essa é a cifra modesta. Segundo dados da TV Worldwide,
há 1,6 bilhão de espectadores
considerados fãs de "House".
Não perdem um episódio e dizem "I Love Hugh" do mesmo
modo que a primeira geração
educada com a televisão dizia "I
Love Lucy" nos anos 50 -diante do seriado que marcou o início da era das séries televisivas.
"House" está em toda parte.
Seu merchandising (tudo o que
se puder imaginar) faz de Hugh
Laurie um rosto constante na
paisagem. Hugh é o dr. House, e
dr. House é Hugh, assim como
Lucille Ball sempre foi Lucy.
House é cínico, desumano,
sádico e com leve tendência a
amoralidade. Mas isso não faz
dele menos atraente, brilhante
e sexy. Assim é House.
E quanto a Hugh Laurie?
Bom, basicamente, Hugh Laurie é inglês. Para ele tem sido
mais do que o suficiente.
Antes de ser mundialmente
famoso com "House", Hugh
Laurie era nacionalmente conhecido pelos esquetes cômicos na BBC. Depois, quis Hollywood, que aparentemente preferiu dizer não a ele.
Terminou aparecendo em "O
Pequeno Stuart Little" (1 e 2!), e
pouco mais aconteceu. Isso até
o projeto "House". Uma série
para a TV sobre um médico incapaz de "ter sentimentos".
Para a produção era necessário um ator hábil em inspirar
simpatia com um personagem
para o qual a antipatia é o perfume da vida.
Um inglês, os produtores
imaginaram. O público americano confia neles. Hugh Laurie
foi escolhido. Possuía carisma e
a capacidade de criar instantes
de comédia no auge de qualquer drama hospitalar. Fino
humor britânico.
MARCELO REZENDE é autor do romance "Arno
Schmidt" e do ensaio "Ciência do Sonho - A Imaginação sem Fim do Diretor Michel Gondry"
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