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Para Tarantino, ator com cara de mau é novo Charles Bronson
DE LOS ANGELES
À espera do elevador, num
hotel de luxo, o ator Danny
Trejo sorri e cumprimenta as
pessoas. Atrás dele, um assistente penteia seu longo rabo de cavalo.
Nada a ver com o brutamontes de "Machete". E, na
vida real, Trejo não é assim
tão alto como parece nos filmes -tem 1,70 m.
"Eu sei a aparência que tenho, então sempre digo "olá"
primeiro para desarmar as
pessoas", disse o ator de 66
anos à Folha, com uma risada. "Treinei anos para ficar
com essa cara de mau."
Trejo é especializado em
vilões. Desde os anos 1990,
faz cerca de quatro filmes por
ano. Já atuou no Brasil duas
vezes, em Manaus -nos filmes "O Jaguar" (1996) e
"Anaconda" (1997).
"Machete" é mais uma
parceria com Robert Rodriguez, com quem costuma
atuar desde "A Balada do Pistoleiro" (1995).
Foi nessa época que surgiu
a ideia do personagem-título, que chegou a aparecer em
outros filmes e num trailer de
mentira para o filme duplo
(nos EUA) "Planeta Terror/À
Prova de Morte" (2007).
"Basicamente eu sou o
personagem, no sentido de
ter a atitude de não fugir de
nada", disse Trejo, a quem o
diretor Quentin Tarantino já
chamou de "o novo Charles
Bronson".
HERANÇA MEXICANA
Trejo passou boa parte dos
anos 60 na cadeia, após uma
adolescência às voltas com
drogas. Foi um amigo de prisão que fez sua tatuagem no
peito, um rosto de mulher
com sombreiro.
"É a tatuagem mais reconhecível do mundo, segundo
a revista "International Tatoo", tenho até uma placa."
Nascido na Califórnia, filho de americanos, o ator tem
herança mexicana de seus
avós. No filme, uma hora ele
fala inglês perfeito, como na
vida real, mas, às vezes, fala
com sotaque carregado.
"Era engraçado, cada hora
Robert me dizia para fazer
uma coisa", diz, sem graça.
Seu próximo filme será
"Pequenos Espiões 4", franquia infantil de Rodriguez,
na qual voltará a fazer o Tio
Machete, especialista em parafernálias de espiões.
"Tio Machete é provavelmente bem depois de "Machete", quando ele se aposenta", explica.
(FE)
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