São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2011 |
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CRÍTICA BACK2BLACK Festival acerta ao apostar em novidades e atrações nada óbvias Estação Leopoldina, no Rio, foi ocupada por dois palcos onde se exibiram artistas como Aloe Blacc e Chaka Khan ADRIANA FERREIRA SILVA ENVIADA ESPECIAL AO RIO MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO Dos festivais conceituais (SWU pela sustentabilidade; Rock in Rio por "Eu vou sem drogas"), o Back2Black cumpre o que promete ao escolher um tema simples e musical: apresentar a diversidade de ritmos da música negra. A terceira edição do evento, que ocorreu de sexta a domingo na Estação Leopoldina, no Rio, anunciava-se histórica quando, há um mês, foi confirmada a participação de Prince. Mas o palco armado para recebê-lo permaneceu vazio. A estrela cancelou sua vinda ao Brasil a menos de uma semana do espetáculo. Azar o dele. O público lucrou quando os holofotes se voltaram para artistas pouco conhecidos, caso do jovem cantor de soul americano Aloe Blacc, em performance retumbante no domingo; ou para os clássicos, como a voluptuosa Chaka Khan, que mantém seu charme interpretando os hits "I Feel for You" (de Prince) e "I'm Every Woman". Essas escolhas firmam o Back2Black também como um espaço para novidades, diferentemente de seus colegas de "conceito", que trilham o caminho óbvio do "mainstream". Assim, na noite de estreia, na última sexta, a plateia foi introduzida à portuguesa Ana Moura, intérprete da nova safra de fadistas, que revisitou o gênero em canções alegres. No mix sonoro do primeiro dia, entrou ainda o grupo tuaregue Tinariwen, comentado durante todo o festival (leia mais abaixo), e a popular Macy Gray, verborrágica e competente, como sempre. No sábado, além de Chaka Khan, houve a cantora malinesa Oumou Sangaré, estrela pop na Europa que faz música tradicional do sul do Mali, marcada por cordas e instrumentos percussivos. Jorge Ben Jor, que substituiu Prince, reinou elétrico tocando sucessos como "Fio Maravilha" e "Ive Brussel" -nesta, dividiu os vocais com Caetano Veloso. O encerramento, no domingo, teve os melhores shows, com a surpreendente cantora nigeriana Asa (pronuncia-se "Acha") transitando entre o pop e o soul com acento africano, e Aloe Blacc. Além da seleção, o Back2Black acerta ao ocupar a desativada Estação Leopoldina. Ali são montados dois palcos (um menor, para atrações nacionais como Moreno Veloso) e os vagões de trens antigos se transformam em estúdio, loja de discos e lounge. A cenografia de Sergio Marimba em parceria com Osgemeos tinha grafites da dupla por toda parte. Para os próximos anos, vale reconsiderar o valor dos ingressos, que subiram em 2011, e repensar formato e horários das palestras, com baixo quorum nesta edição. A jornalista ADRIANA FERREIRA SILVA viajou a convite do festival BACK2BLACK Avaliação ótimo Texto Anterior: Crítica/História: Livro reflete ignorância brasileira sobre a América Latina Próximo Texto: Foco: Novos curtas revelam como a moda se apropriou do cinema Índice | Comunicar Erros |
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