São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2005

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Evento discute destaque dado à América Latina

DO ENVIADO A PORTO ALEGRE

Consolidada como evento em Porto Alegre e com um orçamento generoso de R$ 10 milhões, a Bienal do Mercosul questiona sua vocação: manter-se vinculada à idéia original, uma mostra constituída a partir de um bloco geopolítico, ou transformar-se em evento internacional.
Para o curador da atual edição, Paulo Sergio Duarte, a mostra deve ser alterada: "Todas as bienais têm no nome seu local-sede. Aqui deveria ser o mesmo, Bienal de Porto Alegre, com uma marca mais latino-americana. É uma posição pessoal".
Desde a edição passada, a cargo de Nelson Aguilar, a Bienal do Mercosul já apresenta artistas estrangeiros à região, como ocorreu na seção denominada "Transversal". Na edição que é inaugurada hoje, Duarte apresenta também uma seção denominada "Fronteiras da Linguagem" com quatro artistas: os europeus Marina Abramovic, Ilya Kabakov e Pierre Coulibeuf, além do norte-americano Stephen Vitiello.
Além do mais, a Bienal do Mercosul assume praticamente sozinha os custos de trazer os artistas, o que levou Duarte a inflar a mostra de brasileiros -são 80 artistas nacionais contra 85 latino-americanos, uma certa desproporção geopolítica, já que se trata de uma mostra denominada do Mercosul.
"A escolha reflete a cena brasileira no cenário internacional", defende Duarte.
Para o vice-presidente da Fundação Bienal do Mercosul, Justo Werlang, "cabe ao conselho da instituição a decisão sobre o futuro, mas, desde a primeira edição, incluímos nomes fora do Mercosul. Há aqui uma aspiração latino-americana". (FC)


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