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Malba leiloará telas brasileiras para pagar dívida
MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES
O Malba (Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires)
anunciou anteontem que leiloará
quatro obras de arte, entre elas
"Mulheres de Pescadores", do
brasileiro Di Cavalcanti, para pagar US$ 2,4 milhões (cerca de R$
4,4 milhões) em impostos que deve ao fisco argentino.
Vão a leilão também a escultura
"Tamba Tajá", da brasileira Maria
Martins, e as pinturas "El Agua",
do chileno Roberto Matta, e
"Constructivo en Colores", do
uruguaio Joaquín Torres García.
As peças serão leiloadas em novembro pela casa de leilões Sotheby's em Nova York.
Segundo explicou Eduardo
Constantini, empresário e colecionador que criou o museu, o
objetivo é assegurar a permanência do restante da coleção do Malba, que hoje abriga 46 obras adquiridas por ele no exterior.
Conjunto
Das obras que serão colocadas à
venda, a de maior relevância seria
a do chileno Matta, que foi comprada por US$ 850 mil em 99 e
que não seria vendida por menos
de US$ 1,5 bilhão (R$ 3,4 bilhões)
em novembro.
"A intenção é vender obras que
não afetam a qualidade do conjunto. Temos outras peças importantes dos mesmos artistas, o que
diminui a importância da perda.
Mas não restava solução frente à
magnitude do imposto a tributar", declarou ele, de acordo com
informações publicadas ontem na
imprensa local.
O montante que o Malba deve
ao fisco é referente a impostos de
importação das obras. Desde que
o museu abriu as portas, há quatro anos, os quadros estavam expostos com uma licença de importação temporária, que obrigava a uma movimentação constante para renovar as permissões.
Constantini afirmou que nos últimos meses conversou com representantes do governo da cultura e do fisco, mas obteve apenas
uma "boa acolhida verbal", sem
mais resultados.
Alguns analistas, ouvidos pela
imprensa argentina, acreditam
que o anúncio do leilão pode ser
uma jogada do empresário para
tentar mudar as regras de tributação para obras de arte.
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