São Paulo, quarta-feira, 30 de setembro de 2009

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Moacyr Scliar leva Jabuti de romance

"Manual da Paixão Solitária", do colunista da Folha, ficou em 1º lugar na categoria, uma das 21 contempladas pela CBL

Fabrício Carpinejar ganhou em crônicas, e Alice Ruiz, em poesia; prêmios serão entregues em 4/11, com anúncio dos livros do ano

RAQUEL COZER
DA REPORTAGEM LOCAL

"Manual da Paixão Solitária", de Moacyr Scliar, ficou em primeiro lugar na categoria romance da 51ª edição do Prêmio Jabuti, uma das mais prestigiosas honrarias literárias do país.
Os três vencedores em cada uma das 21 categorias foram anunciados ontem pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) -os primeiros colocados receberão R$ 3.000 cada um; os demais levarão somente troféus.
O livro premiado, do colunista da Folha e imortal da ABL, romanceia o episódio bíblico em que o patriarca Judá tenta dar continuidade à sua linhagem. O gaúcho já foi agraciado três outras vezes com o Jabuti, em 1988, 1993 e 2000.
O romance saiu pela Companhia das Letras, que também faturou o segundo e o terceiro lugares na categoria -respectivamente, "Órfãos do Eldorado", de Milton Hatoum, e "Cordilheira", de Daniel Galera.
Em contos e crônicas, o primeiro lugar ficou com Fabricio Carpinejar, por "Canalha!" (Bertrand). Em segundo, ficou o também colunista da Folha Rubem Alves, por "Ostra Feliz Não Faz Pérola" (Planeta) e, em terceiro, Déa Rodrigues da Cunha Rocha, por "Os Comes e Bebes nos Velórios das Gerais e Outras Histórias" (Auana).
"É uma senhora que caiu no choro lá na CBL, quando saiu o resultado", disse José Luiz Goldfarb, curador do Jabuti, referindo-se à mineira de 76 anos, que, ao começar a levantar receitas, reuniu uma série de causos do interior de Minas.
Para Goldfarb, uma característica desta edição foi justamente o fato de autores desconhecidos e editoras pequenas terem sido selecionados. "A diversidade de editoras está enorme. Teve algumas que eu, há 19 anos curador do Jabuti, não conhecia. Passou a época em que poucas editoras monopolizavam os prêmios."
As mais premiadas foram a Companhia das Letras (nove dentre os 66 selecionados) e a Cosac Naify (seis). Neste ano, foram inscritas 2.573 obras, 20% a mais que em 2008.

Outros destaques
O carioca Rodrigo Lacerda ficou em primeiro lugar em duas categorias -juvenil, por "O Fazedor de Velhos" (Cosac Naify), e tradução francês-português, junto com André Telles, por "O Conde de Monte Cristo" (Zahar). Esta última categoria foi criada em homenagem ao Ano da França no Brasil, e renderá à dupla um prêmio de R$ 6.000, em vez dos habituais R$ 3.000.
"O Livro Amarelo do Terminal" (Cosac Naify), de Vanessa Barbara, já premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte e finalista do Portugal Telecom, venceu em reportagem.
Entre os prêmios unânimes -ou seja, que levaram a nota mais alta dos três jurados de cada categoria-, Goldfarb destaca "O Sol do Brasil" (Companhia das Letras), de Lilia Moritz Schwarcz, em biografia, "Dois em Um" (Iluminuras), de Alice Ruiz, em poesia, e "Moby Dick" (Cosac Naify), pela capa.
A cerimônia de entrega será em 4 de novembro, na Sala São Paulo, quando serão anunciados os vencedores do livro do ano de ficção e de não ficção. Cada um deles levará R$ 30 mil.

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