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Moacyr Scliar leva Jabuti de romance
"Manual da Paixão Solitária", do colunista da Folha, ficou em 1º lugar na categoria, uma das 21 contempladas pela CBL
Fabrício Carpinejar ganhou em crônicas, e Alice Ruiz, em poesia; prêmios serão entregues em 4/11, com anúncio dos livros do ano
RAQUEL COZER
DA REPORTAGEM LOCAL
"Manual da Paixão Solitária",
de Moacyr Scliar, ficou em primeiro lugar na categoria romance da 51ª edição do Prêmio
Jabuti, uma das mais prestigiosas honrarias literárias do país.
Os três vencedores em cada
uma das 21 categorias foram
anunciados ontem pela Câmara Brasileira do Livro (CBL)
-os primeiros colocados receberão R$ 3.000 cada um; os demais levarão somente troféus.
O livro premiado, do colunista da Folha e imortal da ABL,
romanceia o episódio bíblico
em que o patriarca Judá tenta
dar continuidade à sua linhagem. O gaúcho já foi agraciado
três outras vezes com o Jabuti,
em 1988, 1993 e 2000.
O romance saiu pela Companhia das Letras, que também
faturou o segundo e o terceiro
lugares na categoria -respectivamente, "Órfãos do Eldorado", de Milton Hatoum, e "Cordilheira", de Daniel Galera.
Em contos e crônicas, o primeiro lugar ficou com Fabricio
Carpinejar, por "Canalha!"
(Bertrand). Em segundo, ficou
o também colunista da Folha
Rubem Alves, por "Ostra Feliz
Não Faz Pérola" (Planeta) e,
em terceiro, Déa Rodrigues da
Cunha Rocha, por "Os Comes e
Bebes nos Velórios das Gerais e
Outras Histórias" (Auana).
"É uma senhora que caiu no
choro lá na CBL, quando saiu o
resultado", disse José Luiz
Goldfarb, curador do Jabuti,
referindo-se à mineira de 76
anos, que, ao começar a levantar receitas, reuniu uma série
de causos do interior de Minas.
Para Goldfarb, uma característica desta edição foi justamente o fato de autores desconhecidos e editoras pequenas
terem sido selecionados. "A diversidade de editoras está
enorme. Teve algumas que eu,
há 19 anos curador do Jabuti,
não conhecia. Passou a época
em que poucas editoras monopolizavam os prêmios."
As mais premiadas foram a
Companhia das Letras (nove
dentre os 66 selecionados) e a
Cosac Naify (seis). Neste ano,
foram inscritas 2.573 obras,
20% a mais que em 2008.
Outros destaques
O carioca Rodrigo Lacerda ficou em primeiro lugar em duas
categorias -juvenil, por "O Fazedor de Velhos" (Cosac Naify),
e tradução francês-português,
junto com André Telles, por "O
Conde de Monte Cristo" (Zahar). Esta última categoria foi
criada em homenagem ao Ano
da França no Brasil, e renderá à
dupla um prêmio de R$ 6.000,
em vez dos habituais R$ 3.000.
"O Livro Amarelo do Terminal" (Cosac Naify), de Vanessa
Barbara, já premiado pela Associação Paulista de Críticos de
Arte e finalista do Portugal Telecom, venceu em reportagem.
Entre os prêmios unânimes
-ou seja, que levaram a nota
mais alta dos três jurados de cada categoria-, Goldfarb destaca "O Sol do Brasil" (Companhia das Letras), de Lilia Moritz Schwarcz, em biografia,
"Dois em Um" (Iluminuras), de
Alice Ruiz, em poesia, e "Moby
Dick" (Cosac Naify), pela capa.
A cerimônia de entrega será
em 4 de novembro, na Sala São
Paulo, quando serão anunciados os vencedores do livro do
ano de ficção e de não ficção.
Cada um deles levará R$ 30 mil.
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