São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2010

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CRÍTICA RESTAURANTE

Italiano La Dolce Vita abre na Daslu

Casa aposta em cardápio curto, mas atraente, de acabamento refinado e sem muitos escorregões

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

A alegre era dos pós-Guerra italiano, inclusive o prazer da comida e da bebida num período com menos culpas, é o pano de fundo do restaurante La Dolce Vita, aberto há um mês no andar térreo da Villa Daslu.
A ambientação procura reforçar essa evocação. É moderna, mas toda pontuada de imagens do filme e decoração de época, com elementos de op e pop art e alegria de cores. A área com mesas ao ar livre reforça a ideia de desprendimento.
É o cenário para uma cozinha basicamente italiana, de acabamento refinado e sem muitos escorregões, presente num cardápio ainda reduzido, mas expressivo.
O empreendimento é tocado pela jornalista paulista Lais Taliberti, 23 anos, cuja família investe pela primeira vez nessa área. O projeto ganhou forma a partir do contato com o chef Fernando Souza, 45, que até então trabalhava no L'Atelier.
Nascido em Santa Catariana, ele estudou design de interiores na Califórnia, onde trabalhou como cenógrafo de cinema até que, no ano 2000, mudou-se para Nova York com o intuito de mudar de atividade e dedicar-se à gastronomia.
Ali estudou culinária e trabalhou em restaurantes (ficou três anos no Perry St., do chef Jean-Georges). De volta ao Brasil, passou pelo Le Marais, pelo Emiliano e, finalmente, pelo L'Atelier.
Ao longo da carreira, o chef teve contatos com a cozinha de vários países, inclusive asiática, e experiência com cozinha fusion. Mas na prática esta não aparece em seu atual trabalho.
No La Dolce Vita, o cardápio responde a dois momentos do restaurante. À tarde, ele funciona como um lounge de tapas e aperitivos -os clientes escolhem suas bebidas e têm à disposição petiscos para acompanhá-las (pagam somente os drinques).
Há, como é habitual, um esforço em apresentar a cozinha como mediterrânea, quando é visível, até pelo nome mas especialmente pelo cardápio, que os pratos são diretamente retirados da culinária italiana (tão mais simples explicar assim).
No almoço, há um menu executivo (com duas opções de entrada e de sobremesa e três de prato principal); e no jantar, o menu à la carte, curto, mas atraente. Há um gostoso duo de tartares (salmão e filé-mignon), um convincente polvo grelhado e clássicos da cozinha italiana, como carpaccio e arancini (bolinho de arroz).
Depois, a coisa é breve. São duas massas, dois risotos, um peixe e uma carne. As massas são o rigatoni à carbonara e o tagliatelle de menta com ragu de cordeiro, reprisando a associação, questionável, entre os sabores da erva e dessa carne. Ainda na seção dos "primi" (primeiros pratos) estão os risotos de endívias e funghi e o de presunto e aspargos. Depois, como principais, o robalo com brandade e o filé-mignon com molho ao Barolo e trufa.
Como sobremesa, bom cheesecake de mascarpone, semifreddo de chocolate e panna cotta com compota de morango. É uma cozinha bem cuidada e, mesmo localizada nos territórios da Daslu, não se excede nos preços.

josimar@basilico.com.br


LA DOLCE VITA  

ENDEREÇO r. Chedid Jafet, 131 (Vila Daslu), Vila Olímpia, tel. 0/xx/11/3044-3517
FUNCIONAMENTO seg., das 12h às 15h e das 20h às 22h; ter. a sáb., das 12h às 15h e das 22h às 23h; durante a tarde, serve aperitivos e sobremesas
AMBIENTE moderno, com referências à arte dos anos 50 e ao filme, com uma área ao ar livre
SERVIÇO profissional
VINHOS carta só italiana, com boas indicações, mas será ampliada
CARTÕES M e V
ESTACIONAMENTO , R$ 8 por (1h)
PREÇOS entradas, de R$ 23 a R$ 37; pratos principais, de R$ 37 a R$ 58; sobremesas, de R$ 16


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