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CRÍTICA RESTAURANTE
Italiano La Dolce Vita abre na Daslu
Casa aposta em cardápio curto, mas atraente, de acabamento refinado e sem muitos escorregões
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
A alegre era dos pós-Guerra italiano, inclusive o prazer
da comida e da bebida num
período com menos culpas, é
o pano de fundo do restaurante La Dolce Vita, aberto há
um mês no andar térreo da
Villa Daslu.
A ambientação procura reforçar essa evocação. É moderna, mas toda pontuada de
imagens do filme e decoração de época, com elementos
de op e pop art e alegria de
cores. A área com mesas ao ar
livre reforça a ideia de desprendimento.
É o cenário para uma cozinha basicamente italiana, de
acabamento refinado e sem
muitos escorregões, presente
num cardápio ainda reduzido, mas expressivo.
O empreendimento é tocado pela jornalista paulista
Lais Taliberti, 23 anos, cuja
família investe pela primeira
vez nessa área. O projeto ganhou forma a partir do contato com o chef Fernando Souza, 45, que até então trabalhava no L'Atelier.
Nascido em Santa Catariana, ele estudou design de
interiores na Califórnia, onde
trabalhou como cenógrafo
de cinema até que, no ano
2000, mudou-se para Nova
York com o intuito de mudar
de atividade e dedicar-se à
gastronomia.
Ali estudou culinária e trabalhou em restaurantes (ficou três anos no Perry St., do
chef Jean-Georges). De volta
ao Brasil, passou pelo Le Marais, pelo Emiliano e, finalmente, pelo L'Atelier.
Ao longo da carreira, o
chef teve contatos com a cozinha de vários países, inclusive asiática, e experiência
com cozinha fusion. Mas na
prática esta não aparece em
seu atual trabalho.
No La Dolce Vita, o cardápio responde a dois momentos do restaurante. À tarde,
ele funciona como um lounge de tapas e aperitivos -os
clientes escolhem suas bebidas e têm à disposição petiscos para acompanhá-las (pagam somente os drinques).
Há, como é habitual, um
esforço em apresentar a cozinha como mediterrânea,
quando é visível, até pelo nome mas especialmente pelo
cardápio, que os pratos são
diretamente retirados da culinária italiana (tão mais simples explicar assim).
No almoço, há um menu
executivo (com duas opções
de entrada e de sobremesa e
três de prato principal); e no
jantar, o menu à la carte, curto, mas atraente.
Há um gostoso duo de tartares (salmão e filé-mignon),
um convincente polvo grelhado e clássicos da cozinha
italiana, como carpaccio e
arancini (bolinho de arroz).
Depois, a coisa é breve.
São duas massas, dois risotos, um peixe e uma carne. As
massas são o rigatoni à carbonara e o tagliatelle de menta com ragu de cordeiro, reprisando a associação, questionável, entre os sabores da
erva e dessa carne.
Ainda na seção dos "primi" (primeiros pratos) estão
os risotos de endívias e funghi e o de presunto e aspargos. Depois, como principais, o robalo com brandade
e o filé-mignon com molho
ao Barolo e trufa.
Como sobremesa, bom
cheesecake de mascarpone,
semifreddo de chocolate e
panna cotta com compota de
morango. É uma cozinha
bem cuidada e, mesmo localizada nos territórios da Daslu, não se excede nos preços.
josimar@basilico.com.br
LA DOLCE VITA
ENDEREÇO r. Chedid Jafet, 131
(Vila Daslu), Vila Olímpia,
tel. 0/xx/11/3044-3517
FUNCIONAMENTO seg., das 12h às
15h e das 20h às 22h; ter. a sáb.,
das 12h às 15h e das 22h às 23h;
durante a tarde, serve aperitivos e
sobremesas
AMBIENTE moderno, com
referências à arte dos anos 50 e ao
filme, com uma área ao ar livre
SERVIÇO profissional
VINHOS carta só italiana, com boas
indicações, mas será ampliada
CARTÕES M e V
ESTACIONAMENTO , R$ 8 por (1h)
PREÇOS entradas, de R$ 23 a
R$ 37; pratos principais, de R$ 37
a R$ 58; sobremesas, de R$ 16
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