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INTERVENÇÃO URBANA
Instalações físicas do evento não estão adaptadas para deficientes; sinalização também é deficitária
Infra-estrutura prejudica Arte/Cidade 3
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
Vá ao Arte/Cidade 3, mas vá
durante o dia.
Uma visita à
noite (o evento
fica aberto até às
21h) pode render mais que
que surpresas estéticas.
As escadarias e passarelas do
evento, apesar de aparentemente
seguras, não contam com iluminação suficiente -principalmente
rente ao chão- para garantir um
caminhar tranquilo do visitante.
Todo cuidado é bem-vindo.
Outro problema que o espectador pode enfrentar é como localizar as obras. A sinalização praticamente inexiste nos espaços do
evento, resumindo-se a indicadores amarelos que só funcionam
quando o visitante já está em frente à obra. Faltam, por exemplo, sinais que indiquem a localização
das obras nos andares e dentro dos
prédios.
A falta de sinalização também
prejudicou, no último sábado, dia
da abertura do evento, a visibilidade da impactante performance do
artista plástico Maurício Ianês,
que permaneceu duas horas estático, absolutamente envolvido por
fita isolante preta.
Ianês estava no subsolo das antigas indústrias Matarazzo, mas não
havia em todo o espaço qualquer
cartaz ou sinalização direcionando
o público. "Onde é a performance
do Maurício Ianês?" era uma pergunta tão ouvida na abertura do
Arte/Cidade 3 quanto "Onde é o
banheiro?".
O problema maior, porém, é a
falta de estruturas que viabilizem a
visita de portadores de deficiências
físicas.
"Fizemos até uma carta para ser
distribuída para os deficientes que
visitarem o evento. Não tivemos
recursos para fazer elevadores e
rampas. Não é de nossa capacidade reformar esses espaços para padrões contemporâneos de convivência. A ocupação é precária e os
prédios guardam características
do início do século, quando a
preocupação com os deficientes
não existia", justificou-se Nelson
Brissac Peixoto, o organizador do
evento, que tem orçamento de R$
4 milhões.
Evento: Arte/Cidade 3 (projeto de
intervenção urbana)
Onde: trajeto entre a estação da Luz e as
indústrias Matarazzo (entrada e
estacionamento na av. Francisco
Matarazzo, 1.096), com acesso apenas
pelos dois locais e uma parada no Moinho
Central
Quando: de terça a domingo, das 12h às
21h. Até 30 de novembro
Quanto: entrada franca
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