|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FREE JAZZ FESTIVAL
FATBOY SLIM
Apresentação começou às 4h30 de segunda, encerrando evento
DJ rege multidão com os dedos e faz chão tremer
CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL
Onde o povo foi buscar energia não se sabe. O fato é que
quando o DJ Norman Cook, o
Fatboy Slim, 38, subiu ao palco, às
4h30 de segunda, a pista do
Cream, espaço dedicado à música
eletrônica, ficou pequena.
Fatboy é hoje o maior nome da
música eletrônica. Não à toa. Com
o set de domingo, ele provou que
sua fama não se fez por acaso.
O DJ foi a última atração do 16º
Free Jazz, edição mais eletrônica
de todas até agora. O evento, que
acontecerá pela última vez no ano
que vem -por causa de leis antitabagistas-, dá sinais de que tem
fôlego para continuar. Este ano,
só em São Paulo, foram vendidos
quase 25 mil ingressos. Durante
os três dias de Free Jazz, mais de
40 mil pessoas passaram pelo Jockey, onde o festival aconteceu.
Fatboy abriu a noite com um
funk instrumental, com toques latinos. Emendou no tech-house,
seu gênero preferido hoje em dia.
Com a pista a seus pés, Fatboy
era só simpatia, cantando, regendo a multidão com os dedos.
Mandou na primeira meia hora
o hit "Where's Your Head At", da
dupla inglesa Basement Jaxx.
Em seguida, Fatboy fez o chão
tremer com "Star 69", do álbum
"Halfway Between the Gutter and
the Stars". A nação clubber buscou fôlego e cantou junto, em
uníssono, o refrão "What the
fuck/what the fuck". Já passavam
das 5h30.
Empolgado, literalmente suando a camisa pela platéia brazuca,
Fatboy mandou "It Began in Afrika", novo single dos Chemical
Brothers. A música, recheada de
batuques afro, foi colada com a
introdução do hit clubber "Born
Slippy", do Underworld.
Com a pista rendida, Fatboy fez
charme tocando "Mas que Nada",
de Jorge Ben, numa versão acelerada, com vocal anasalado. Cansado, o povo começava a diminuir o ritmo da dança.
Fatboy usou sua experiência de
palco. Cuidou da pista, crescendo
o set a cada vez que sentia o cansaço dos 2.000 dançarinos da pista.
É que até chegar ali, o povo havia sido guiado noite adentro por
um ótimo line-up. A pista foi iniciada às 23h30 pelo brasileiro Patife, que tocou drum'n'bass light.
Daí, veio Scanty, com tech-house forte. A dupla Stanton Warriors veio depois, misturando
tech-house, minimal e funk.
Quando Jon Carter entrou, tocando big beat pesado, o público
já estava para lá de aquecido.
Fatboy entrou com a pista rendida, mas não quis jogar simples.
Não tocou "The Rockafeller
Skank", seu maior hit. Nem Macy
Gray, diva soul que tocou na mesma noite, apareceu para cantar as
músicas que gravou com Fatboy.
Mas ninguém ligou para isso.
Quem ficou até o fim voltou para
casa, encarando sol forte das 7h
da manhã e o trânsito da segundona, com um sorriso no rosto.
Avaliação:
Texto Anterior: Show/Crítica: Garota-furacão vence som empastelado Próximo Texto: Reprazent: Show é aula para entender o drum'n'bass Índice
|