São Paulo, terça-feira, 30 de outubro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FREE JAZZ FESTIVAL

FATBOY SLIM

Apresentação começou às 4h30 de segunda, encerrando evento

DJ rege multidão com os dedos e faz chão tremer

CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL

Onde o povo foi buscar energia não se sabe. O fato é que quando o DJ Norman Cook, o Fatboy Slim, 38, subiu ao palco, às 4h30 de segunda, a pista do Cream, espaço dedicado à música eletrônica, ficou pequena.
Fatboy é hoje o maior nome da música eletrônica. Não à toa. Com o set de domingo, ele provou que sua fama não se fez por acaso.
O DJ foi a última atração do 16º Free Jazz, edição mais eletrônica de todas até agora. O evento, que acontecerá pela última vez no ano que vem -por causa de leis antitabagistas-, dá sinais de que tem fôlego para continuar. Este ano, só em São Paulo, foram vendidos quase 25 mil ingressos. Durante os três dias de Free Jazz, mais de 40 mil pessoas passaram pelo Jockey, onde o festival aconteceu.
Fatboy abriu a noite com um funk instrumental, com toques latinos. Emendou no tech-house, seu gênero preferido hoje em dia.
Com a pista a seus pés, Fatboy era só simpatia, cantando, regendo a multidão com os dedos.
Mandou na primeira meia hora o hit "Where's Your Head At", da dupla inglesa Basement Jaxx.
Em seguida, Fatboy fez o chão tremer com "Star 69", do álbum "Halfway Between the Gutter and the Stars". A nação clubber buscou fôlego e cantou junto, em uníssono, o refrão "What the fuck/what the fuck". Já passavam das 5h30.
Empolgado, literalmente suando a camisa pela platéia brazuca, Fatboy mandou "It Began in Afrika", novo single dos Chemical Brothers. A música, recheada de batuques afro, foi colada com a introdução do hit clubber "Born Slippy", do Underworld.
Com a pista rendida, Fatboy fez charme tocando "Mas que Nada", de Jorge Ben, numa versão acelerada, com vocal anasalado. Cansado, o povo começava a diminuir o ritmo da dança.
Fatboy usou sua experiência de palco. Cuidou da pista, crescendo o set a cada vez que sentia o cansaço dos 2.000 dançarinos da pista.
É que até chegar ali, o povo havia sido guiado noite adentro por um ótimo line-up. A pista foi iniciada às 23h30 pelo brasileiro Patife, que tocou drum'n'bass light.
Daí, veio Scanty, com tech-house forte. A dupla Stanton Warriors veio depois, misturando tech-house, minimal e funk.
Quando Jon Carter entrou, tocando big beat pesado, o público já estava para lá de aquecido.
Fatboy entrou com a pista rendida, mas não quis jogar simples. Não tocou "The Rockafeller Skank", seu maior hit. Nem Macy Gray, diva soul que tocou na mesma noite, apareceu para cantar as músicas que gravou com Fatboy. Mas ninguém ligou para isso. Quem ficou até o fim voltou para casa, encarando sol forte das 7h da manhã e o trânsito da segundona, com um sorriso no rosto.


Avaliação:     



Texto Anterior: Show/Crítica: Garota-furacão vence som empastelado
Próximo Texto: Reprazent: Show é aula para entender o drum'n'bass
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.