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Crítica/"Eu Matei Minha Mãe"
Canadense revela amor e ódio de jovem gay pela mãe
Diretor e ator de 21 anos disputa vaga para Oscar de filme estrangeiro
TONY GOES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quantos filmes já não vimos sobre o processo
de "sair do armário"
000000°dos gays? E outros tantos sobre o relacionamento
com os filhos nascidos de escorregadas hétero. Mas há um
aspecto fundamental em quase
toda biba que não recebia atenção: a relação com a mãe, muitas vezes a mulher de sua vida.
O diretor canadense Xavier
Dolan preenche essa lacuna
com um filme incrivelmente
maduro. Ele tem só 21 anos, e
escreveu o roteiro de "Eu Matei
Minha Mãe" aos 17. É a história
do amor revestido de ódio que
um rapaz gay tem por sua mãe,
bastante frequente na vida real.
O surpreendente é que Dolan
não dá razão a ninguém: os personagens mostram todos os
seus defeitos, não há vítimas
nem algozes.
Anne Dorval está ótima como a mãe que lutou para criar o
filho sozinha e agora o vê voltar-se contra ela. E o próprio
Dolan faz o protagonista, se dirigindo em ousadas cenas de
sexo -e provando ter mais culhão do que muito diretor que
posa de macho por aí.
"Eu Matei Minha Mãe" é o
escolhido pelo Canadá para
disputar o Oscar de filme estrangeiro, mas dificilmente a
Academia vai encampar uma
obra que enfia o dedo tão fundo
na ferida. Mas merece ser visto,
porque marca a estreia de um
diretor talentoso. Quem for gay
e tiver mãe, então, deve ir correndo para a fila.
EU MATEI MINHA MÃE
Quando: hoje, 13h50, no Reserva Cultural; amanhã, 19h40, no Marabá
Avaliação: bom
Classificação: 18 anos
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