São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Organizador de festa foi roqueiro e militante político

DO RIO

Na última vez em que foi citado por esta Folha, Mateus Aragão, produtor do Rio Parada Funk, tinha 22 anos (era 2004) e havia sido "ferido na cabeça por um golpe de cassetete" em uma briga entre pedetistas, petistas e a polícia militar em frente a um hotel onde Lula discursava.
Na época, o rapaz ainda não estava envolvido com o movimento funk, mas não estava longe disso -tinha amigos funkeiros, já havia se encantado com o poder contestatório de algumas letras e, em 2005, criaria a festa Eu Amo Baile Funk, que acontece mensalmente desde então.
Aragão não bate com o estereótipo do funkeiro: é branco, paulistano e foi um adolescente roqueiro.
Mas se envolveu desde cedo com movimentos estudantis e políticos (foi filiado ao partido PC do B até 2000) e se mudou para o Rio no início dos anos 1990, bem quando a segunda onda do funk carioca estourou, com músicas de protesto contra a violência e o preconceito.
"O primeiro funk que me chamou a atenção foi o 'Rap da Felicidade' ['Eu só quero ser feliz/Andar tranquilamente na favela onde eu nasci'], ali eu vi o poder revolucionário daquela música", diz.
Neto de Ferreira Gullar, ele diz ter herdado do avô o "sentimento pela cultura popular" -o poeta e colunista da Folha tem um longo histórico em movimentos como o Centro Popular de Cultura (CPC), nos anos 1960.
Sobre seu envolvimento com o funk, Aragão diz que o avô "apoia, mas não sei se é porque concorda ou porque eu sou neto". "Mas acho que ele considera bom o movimento, até pela história dele no CPC, apesar de serem situações bem diferentes." (MAC)



Texto Anterior: 'Legalizado', funk ganha edital e festa pública no Rio
Próximo Texto: Box de DVDs traz aparições dos Stones na TV na década de 1960
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.