São Paulo, sábado, 30 de novembro de 2002

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FILMES E TV PAGA

TV ABERTA

Melhor "Batman" é sombrio pesadelo político

Um Trapalhão na Cadeia
SBT, 14h15.  
(Ernest Goes to Jail). EUA, 90, 81 min. Direção: John Cherry. Com Jim Varney, Gailard Sartain. Faxineiro de um banco tem o azar de ser idêntico a um criminoso. Mais sorte tem este, que consegue trocar de lugar com o infeliz rapaz, que é procurado pela polícia.

Batman - O Retorno
Globo, 16h15.     
(Batman Returns). EUA, 92, 126 min. Direção: Tim Burton. Com Michael Keaton, Michelle Pfeiffer. De longe, o melhor Batman da série. O herói (Keaton) enfrenta o Pinguim (DeVito) e mantém tensas relações com a Mulher Gato (Pfeiffer). Um sombrio pesadelo político, não sem relação com a América, segundo Tim Burton.

A Premonição
Globo, 22h55.   
(In Dreams). EUA, 98. Direção: Neil Jordan. Com Annette Benning, Stephen Rhea. Mulher julga ter sintonia, via sonhos, com serial killer. Fazer o resto do mundo acreditar nisso não é fácil. Ela termina internada num hospício. Inédito.

Mickey Olhos Azuis
SBT, 23h45.   
(Mickey Blue Eyes). EUA, 99, 102 min. Direção: Kelly Makin. Com Hugh Grant, James Caan. Grant, que até "Um Grande Garoto" (2002), era mais conhecido pelos papéis um tanto abobalhados, é aqui um leiloeiro de obras de arte. Quando decide pedir sua namorada em casamento, entra em contato com o sogro mafioso. Mais morno, impossível.

Perigo na Madrugada
Bandeirantes, 1h30.  
(Midnight Tease II). EUA, 95, 90 min. Direção: Richard Styles. Com Kimberly Kelley, Jack Turturici. Mulher decide investigar o assassinato da irmã, que era stripper de boate. Não é preciso muita criatividade para adivinhar que ela irá adotar a mesma profissão para encontrar o criminoso. E é preciso ainda menos criatividade para saber que ela acabará gostando da profissão. A velha (e mal usada) equação sexo + violência.

Diana e a Família Real
SBT, 1h40.   
(Diana and the Royal Family). Inglaterra, 94. Direção: Alan Scales. Documentário sobre o relacionamento da princesa Diana com o príncipe Charles.

A Última Prostituta
Globo, 2h45.   
(The Last Prostitute). EUA, 91, 93 min. Direção: Lou Antonio. Com Sônia Braga, Wil Wheaton. Dois adolescentes viajam até a fazenda onde mora famosa prostituta. O objetivo é perder a virgindade nas mãos da imbatível mulher. Problema: ela largou a profissão.
(IA e BYS)

TV PAGA

"Lavanderia" de Frears lava a alma do Império

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Temos o hábito, no Brasil, de reclamar da concorrência do filme americano e das dificuldades de produção. E nossos amigos britânicos, então?
Eles têm de competir com filmes da mesma língua, só ganhando por compensação uma ou outra indicação ao Oscar. Pior: basta que um de seus diretores se destaque, pronto: ele é chamado a Hollywood. Aconteceu assim com inúmeros realizadores, de Hitchcock a Neil Jordan. Stephen Frears, de "Minha Adorável Lavanderia" (hoje, Telecine Emotion, 21h45) não é exceção.
Voltaremos ao filme, que foi um dos grandes destaques do cinema inglês nos anos 80, durante uma breve primavera de financiamento razoavelmente farto, antes que Margareth Thatcher cortasse as asinhas do novo cinema britânico (aliás, topando com um realizador de filmes inglês, convém não mencionar o nome Thatcher, a reação pode ser violenta).
O que os americanos deram aos ingleses, em troca, não foi muito. Joseph Losey exilou-se por lá, por conta da caça às bruxas. Em matéria de cineasta de primeiro time é, salvo esquecimento, o único que lá fincou raízes.
"Minha Adorável Lavanderia" é mais digno de ser descrito por flashes do que pela intriga, que envolve desde a vida de imigrantes em Londres até um romance homossexual. O essencial, porém, está na descrição de uma habitação modesta, no ruído do trem que passa ali perto, nas atividades da própria lavanderia, no escandaloso beijo de língua trocado por dois rapazes. Frears busca o escândalo, no entanto. É como se ele chegasse por si próprio ao filme e ali se instalasse.
É a descrição de um modo de vida, dos hábitos de cada um que parecem orientar seu trabalho. É o avesso do "cinema de arte", num filme em que a fluência, a segurança, a verdade das situações dão o tom.


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