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Crítica/exposição/"Nova Arte Nova"
Mostra no Rio une quantidade e qualidade
FABIO CYPRIANO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
"Nova Arte Nova",
em cartaz no Centro Cultural Banco
do Brasil (CCBB) do Rio, é uma
ótima exposição porque possui
muitas ótimas obras. Ao buscar
"indicar a qualidade da força
para algo que se desmancha no
ar", como afirma Luisa Duarte
no catálogo da mostra, a opção
do curador Paulo Venancio Filho foi esperta: a quantidade.
A exposição reúne mais de
uma centena de obras de 55 artistas, valorizando a produção
de cada um, já que, em geral, cada criador está presente no local com mais de um trabalho.
O único recorte específico é o
período da produção das obras,
realizadas nos últimos dez
anos, o que faz jus ao título.
Sem separação por temas, a
mostra, ao apresentar uma produção em demasia, não cai no
risco de defini-la.
Com a quantidade, ao contrário, aponta-se para a diversidade da produção em escala nacional, produzindo um ótimo
panorama da arte contemporânea brasileira, pós-anos 80. Há
ausências de artistas com intensa produção e circulação no
período -como avaf, Marcelo
Cidade, Lia Chaia ou Nicolás
Robbio, o que dá a impressão de
que a curadoria optou por destacar artistas com inserção ainda tímida nos circuitos.
É o caso, por exemplo, de
Marcius Galan, com produção
vigorosa, mas pouco conhecido. Em "Nova Arte Nova", ele é
autor de um dos melhores trabalhos da mostra, "Isolante",
uma instalação que simula, de
modo absolutamente perfeito,
um vidro inexistente. A ironia e
o humor do trabalho, que faz
com que os visitantes fiquem
esperando para ver quem vai
ser enganado com a obra, diz
muito de outros trabalhos da
mostra, como o vídeo "Fonte
193", de Cinthia Marcelle, os
desenhos "Sem Fim", de Carlos
Contente, ou a instalação "Porra", de Maria Lynch.
Em todas essas obras há uma
relação estreita com a história
da arte. Contente, por exemplo,
discute o verde na pintura, enquanto Marcelle faz sua fonte,
lembrando o título da obra-prima de Marcel Duchamp. No
entanto, não se trata de trabalhos que podem ser compreendidos apenas por iniciados, já
que o apelo visual é sempre forte e as narrativas, envolventes.
"Nova Arte Nova" aponta que
a produção recente não está em
crise, como apontam alguns,
mas, na verdade, muito mais
próxima do público do que se
imagina.
NOVA ARTE NOVA
Quando: de ter. a dom., das 10h às
21h; até 4/1/2009
Onde: CCBB-Rio (r. 1º de Março, 66,
tel. 0/xx/21/ 3808-2020; grátis; livre)
Avaliação: ótima
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