São Paulo, segunda-feira, 30 de novembro de 2009

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Em Manhattan, galeria vira uma butique

EM NOVA YORK

Numa esquina da avenida Madison, no bairro mais caro de Manhattan, está escrito numa vitrine que arte pop é: popular, transitória, barata, produzida em massa, jovem, inteligente, sexy e glamourosa.
Lá dentro da Gagosian Shop, a loja aberta há dois meses pela galeria de arte mais poderosa do mundo, estão exemplares mais em conta -nas contas deles- de obras de seus artistas mais rentáveis, como Jeff Koons e Damien Hirst.
Serve como espécie de prenúncio do futuro das galerias numa era de mercantilização exacerbada das obras de arte.
Donas de casa do Upper East Side, algumas em roupa de ginástica, param para perguntar o preço do vaso em formato de cachorrinho, obra de Koons, com etiqueta de US$ 7.500. Outras perguntam se é possível sentar em cima do monte de feno metálico do artista Anselm Reyle, que sai por US$ 15 mil.
"Não é o propósito da loja vender obras mais baratas", dispara a atendente Virginia Coleman. "A coisa mais barata que temos é um lápis de US$ 1,50 e a mais cara, uma mesa de mármore de US$ 375 mil."
Na fotografia que acompanha esta reportagem, os cachorrinhos de Koons, adornados com flores, estão sobre essa mesa, a mais cara de todas, obra do australiano Marc Newson.
Todo o subsolo da loja está reservado para Damien Hirst, que também ocupa boa parte da vitrine. Seu livro "Snowblind", encadernação com capa revestida de espelho, é um dos objetos mais vigiados pelas vendedoras de tailleur preto.
São todos itens fabricados em série, como já diz a vitrine, para turbinar as vendas das obras de valor mais alto na Gagosian, que fica na cobertura do mesmo prédio na Madison.
"Muitos dos nossos artistas se sentiram muito inspirados com a loja", conta uma vendedora. "Agora começaram a produzir edições específicas para atingir o público daqui." (SM)


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