São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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Economista vê aumento de divórcios

DA SUCURSAL DO RIO

As novelas brasileiras refletem um segmento específico da sociedade: setores urbanos, de classe média ou alta, independentes e emancipados. É a conclusão do economista peruano Alberto Chong, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Coordenador de dois estudos sobre as novelas brasileiras -um focado em taxas de fertilidade e outro, em índices de divórcio-, Chong e equipe analisaram 115 novelas exibidas pela Globo às 19h e às 20h, entre 1965 e 1999.
As taxas de fertilidade (número de nascidos vivos por mulher em idade reprodutiva) caíram 60% no período, enquanto os divórcios aumentaram mais de cinco vezes desde a década de 80. Nos mesmos anos, a presença dos aparelhos de TV nos domicílios aumentou em mais de dez vezes.
"Nossos resultados indicam que, mesmo levando-se em conta outros fatores ligados a desenvolvimento [do país] e similares, ainda notamos um impacto significativo das novelas em longo prazo", diz Chong.
Áreas com e sem sinal da Globo, por exemplo, têm diferenças consideradas significativas pelo economista. Caiu 0,6 ponto percentual a taxa de fertilidade em regiões que recebiam as novelas da emissora.
O contrário ocorre com o divórcio: é maior (de 0,1 a 0,2 ponto percentual) a porcentagem de mulheres separadas ou divorciadas de 15 a 49 anos em áreas de alcance do sinal.
Nas novelas, segundo o estudo, 26% das personagens principais eram infiéis.
(AF)


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