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Economista vê aumento de divórcios
DA SUCURSAL DO RIO
As novelas brasileiras refletem um segmento específico da
sociedade: setores urbanos, de
classe média ou alta, independentes e emancipados. É a conclusão do economista peruano
Alberto Chong, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Coordenador de dois estudos
sobre as novelas brasileiras
-um focado em taxas de fertilidade e outro, em índices de divórcio-, Chong e equipe analisaram 115 novelas exibidas pela
Globo às 19h e às 20h, entre
1965 e 1999.
As taxas de fertilidade (número de nascidos vivos por mulher em idade reprodutiva) caíram 60% no período, enquanto
os divórcios aumentaram mais
de cinco vezes desde a década
de 80. Nos mesmos anos, a presença dos aparelhos de TV nos
domicílios aumentou em mais
de dez vezes.
"Nossos resultados indicam
que, mesmo levando-se em
conta outros fatores ligados a
desenvolvimento [do país] e similares, ainda notamos um impacto significativo das novelas
em longo prazo", diz Chong.
Áreas com e sem sinal da Globo, por exemplo, têm diferenças consideradas significativas
pelo economista. Caiu 0,6 ponto percentual a taxa de fertilidade em regiões que recebiam
as novelas da emissora.
O contrário ocorre com o divórcio: é maior (de 0,1 a 0,2
ponto percentual) a porcentagem de mulheres separadas ou
divorciadas de 15 a 49 anos em
áreas de alcance do sinal.
Nas novelas, segundo o estudo, 26% das personagens principais eram infiéis.
(AF)
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