São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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Atriz deixa de ser "boazinha sofredora"

Acostumada a interpretar personagens tristes, Fernanda Vasconcellos faz astrônoma descolada na novela "Tempos Modernos"

Personagem se enrola em romance com possível irmão; atriz diz que público "ainda está de luto" com final de "Caras & Bocas"

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

A atriz Fernanda Vasconcellos, 25, tem de correr. Correr para malhar. Correr para gravar todas as cenas do dia. Correr para acertar o ritmo de "Tempos Modernos", novela das sete da Globo que patina nos 24 pontos na Grande SP.
Após viver duas "boazinhas sofredoras", em "Páginas da Vida" (2006) e "Desejo Proibido" (2007), ela vai deixar a tristeza de lado e ser feliz. "A vida deu mais oportunidades para Nelinha. Ela tem angústias e reflexões, mas joga tudo para cima, é bem-humorada e descolada", conta, por telefone, do Rio.
Fernanda explica que cada horário de dramaturgia tem suas peculiaridades. "O tempo muda. A novela das sete tem um ritmo mais ágil. Explora também a leveza da comédia."
Por isso ela teve de se adaptar e deixar de lado o modo de sentar e a delicadeza da novela de época. Seu papel anterior, em "Desejo Proibido", era a protagonista da novela das seis.
"Além disso, tive de fazer aula de rapel, e morro de medo de altura. Também fiz aula de expressão corporal, para dar uma agilidade maior ao corpo."
Para ela, o lado aventureiro da filha de Antonio Fagundes foi o mais difícil de construir. "Mas, se está fácil, tem algo errado. É igual a aprender a dirigir. Quando você acha que está sabendo muito, bate o carro ou rala a lateral na parede. A insatisfação faz a gente encontrar o caminho da personagem."
Ela diz que fez a escalada para entender por que Nelinha gostava tanto daquilo. "A liberdade tem tudo a ver com ela. Ela é solta. Essa experiência me deu algo valioso para descobrir quem era ela. E não arrancou nenhum pedaço meu", ri.
Pela terceira vez, ela faz par romântico com Thiago Rodrigues. Aqui, ele vive Zeca, com quem ela troca farpas e amores. "É a parte poética da novela."
Para ela, a intimidade é positiva. "Podemos dizer que não estamos bem e não encher o saco. É tranquilo", diz. O difícil é se reinventar. "Quando vem alguém novo, muda a energia. Mas fazia tempo que a gente não se encontrava e cada um veio de uma experiência diferente. O Thiago está casado, com filho. Estamos mudados. A menor preocupação é que esteja igual a algo que já fizemos."
O diretor José Luiz Villamarim diz que o histórico dos dois só ajudou: "Eles já tinham provado que têm muita química".
Entre os fãs, a resposta tem sido boa. "As duas últimas personagens que fiz eram dramáticas, de cortar os pulsos. Os fãs falavam que choravam muito comigo. Agora dão risada e me dizem que a Nelinha é danada", conta, definindo a personagem como "autêntica e mais antenada com a mulher de hoje".
O ibope não tem acompanhado os índices da antecessora, "Caras & Bocas". Fernanda tem uma explicação: "É normal que o público tenha um tempo de luto pela novela que acabou. São muitos fatores envolvidos no ibope. Independente da audiência, ralo pelo melhor".
Na trama, a mãe de Zeca inventa que o adotou, mas é mentira. O autor, Bosco Brasil, não revela como vai desenrolar essa união. Nem para Fernanda. Mas ela tem um novo problema a resolver: Priscila Fantin, a noiva de Zeca, que chega de viagem. "Vai ter muito ciúme. As brigas são engraçadíssimas, cheias de bate-boca. Elas se xingam de gorda, de cara redonda. A novela é muito vista por crianças, então não há rancor." Priscila e Fernanda gordas? Só em novela mesmo.


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