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CINEMA
Recife assiste ao favoritismo de Tata Amaral
LÚCIO RIBEIRO
enviado especial a Recife
O Festival de Cinema do Recife
põe à prova do público brasileiro
o segundo filme da diretora Tata
Amaral. "Através da Janela", drama perturbador que faz mãe e filho balançarem entre o ódio e o
erotismo, sucessor do "début"
"Um Céu de Estrelas", tem exibição esta noite no Cine-Teatro
Guararapes, sede da quarta edição da mostra pernambucana.
"Através da Janela", em estréia
nacional, é considerado o favorito
para vencer as outras nove produções que competem na categoria
longa-metragem do festival, uma
das mais jovens e relevantes reuniões da nova cinematografia
brasileira.
O filme de Tata Amaral só entra
em cartaz no Rio e em SP em
maio, mas já colheu rasgados elogios nos festivais de Roterdã (Holanda), no começo do ano, e no
corrente festival francês Films de
Femmes, em Créteil, dedicado
aos profissionais de cinema do sexo feminino.
Na competição dos longas, espécie de campeonato brasileiro de
cinema, "Através da Janela" "enfrenta" os paulistas "Hans Staden" (de Luiz Alberto Gal Pereira)
e "O Tronco" (ficção de João Batista de Andrade), o carioca "Pierre Verger: Mensageiro entre Dois
Mundos" (Luiz Buarque de Hollanda) e "Senta Pua" (Erik de
Castro), do Distrito Federal.
Amanhã, dia do encerramento
de sua quarta edição, o festival de
Recife exibe em "avant-première"
o documentário "O Rap do Príncipe contra as Almas Sebosas", filme dirigido por Marcelo Luna e
Paulo Caldas, este último co-diretor do premiado "Baile Perfumado" (97).
O filme brinca de destino com
dois jovens, um músico e um matador profissional, que vivem na
periferia de Recife.
Curtas-metragens
Talvez a vocação primeira do
festival pernambucano desde seu
início, os curtas são o que mais dá
movimento ao evento. São 36 filmes do gênero em competição. E
o favorito do festival já está escolhido. É "Óia o Frevo", ficção em
16 mm do pernambucano Hamilton Costa Filho, que mostra o
"terrível" duelo nordestino entre
o frevo e a axé music.
Hoje serão exibidos "Retratos
no Parque" (SP), "Um Sonho de
Ícaro" (DF) e "Texas Hotel" (PE).
Recife comemora o fato de seu
festival, neste ano, ter recebido a
inscrição de 80 filmes para a competição de curtas-metragens.
Desses, 11 representam o que é
chamado de reaquecimento da
produção pernambucana.
O jornalista Lúcio Ribeiro viajou a Recife a
convite da organização do evento
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