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POLÍTICA CULTURAL
Comissão é homologada e dá início ao processo deste ano
Prefeitura reativa Lei do Fomento
DA REPORTAGEM LOCAL
"Começa a se resolver o impasse. As conquistas feitas pelos artistas têm de ser respeitadas", diz o
secretário Municipal da Cultura,
Emanoel Araújo, que reativou anteontem o edital do Programa
Municipal de Fomento ao Teatro
para a Cidade de São Paulo.
No início do mês, o Departamento de Teatro anunciou que o
edital para o primeiro semestre
deste ano, encaminhado pela gestão anterior (com 71 projetos inscritos), estava suspenso.
Ontem, artistas de companhias
paulistanas se reuniram em frente
ao Teatro Municipal para pedir a
volta do programa. O protesto começou por volta do meio-dia e
reuniu cerca de 400 pessoas.
Vestidos de branco, os manifestantes pediam "cultura agora" e
organizaram performances na escadaria do teatro. O grupo Bartolomeu de Depoimentos fez uma
apresentação de música comandada pelo DJ Eugênio Lima.
Os artistas comemoravam a retomada do edital. Confirmada
por Araújo com a homologação
da comissão formada por quatro
nomes indicados pela prefeitura
(o diretor da Associação de Produtores Teatrais do Estado de SP,
Carlos Meceni; o diretor Tanah
Corrêa, a crítica Ilka Zanotto e a
dramaturga Renata Pallottini) e
três pela classe artística -o ensaísta Fernando Peixoto, o dramaturgo Aimar Labaki e o pesquisador Alexandre Matte.
"É profícua [a continuidade da
lei] e aponta o entendimento da
prefeitura da importância do projeto", afirma Ney Piacentini, da
Cooperativa Paulista de Teatro.
A Lei de Fomento foi criada em
janeiro de 2002 e contemplou 53
grupos, como Oficina, Folias
d'Arte, Tapa, Parlapatões, Cia. do
Latão e Fraternal Cia. de Artes e
Malas-Artes. A dotação para o orçamento deste ano é de R$ 9 milhões (um edital por semestre).
Quanto à revisão da lei, o diretor
do Departamento de Teatro, Zecarlos Andrade, diz que ela deverá
ser feita pela própria classe teatral.
"Já demonstramos a nossa
apreensão em alguns aspectos."
Sobre as parcelas atrasadas dos
grupos já fomentados, Andrade
diz que a Cultura despachou o pagamento no início da semana.
O núcleo de Teatro Vocacional
da prefeitura, que desde 2001 forma grupos amadores na cidade,
teve toda a equipe substituída. A
coordenadora, Maria Ceccato, ligada à administração do PT, pediu exoneração, com sua equipe,
por discordar das mudanças feitas por Andrade.
(VALMIR SANTOS E TEREZA NOVAES)
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