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CRÍTICA/ELETRÔNICA
DJ Patife desvia do caminho e desaponta
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro disco de estúdio
do produtor e DJ paulistano
Patife chega às lojas nesta semana.
Há muito se esperava por isso,
mas o álbum decepciona.
Porque "Na Estrada" traz uma
imagem distorcida da música de
Patife, de tudo o que ele já fez dentro do drum'n'bass.
Em 2004, no Brasília Music Festival, gigantesco evento de eletrônica armado no estacionamento
de estádio Mané Garrincha, Patife
reuniu o maior público da tenda
de d'n'b. Era pouco depois da
meia-noite de 26 de setembro, e o
local estava abarrotado de gente.
Quando ele pisou no palco, motivou uma gritaria. Era impressionante assistir a Patife passar brincando de momentos intimistas às
batidas mais pesadas que faziam a
multidão pular até o teto.
Mas nada daquilo está em "Na
Estrada". O disco traz praticamente as mesmas situações e
idéia contidas em "Sambassim",
música com Fernanda Porto que
fez Patife bastante popular. Mas
"Sambassim" já tem cinco anos...
Por exemplo. "Na Estrada" inicia com "Diariamente", canção de
Nando Reis gravada -e feita
hit- por Marisa Monte. Aqui, a
voz é de Camila Andrade. Mas
lembra tanto a MM...
"Overjoyed", de Stevie Wonder,
é revisitada com a ajuda do MC
Cleveland Watkiss. "Que Pena",
de Jorge Ben Jor, tem participações de Simoninha e Janaina Holland. De novo, a sensação é a de
que pouco se fez para acrescentar
algo à música -não à toa, o disco
vem com uma "club version" de
"Overjoyed", bem melhor do que
a anterior.
"Enigma", "The Secret" e "Forgiven" bebem um pouco no jazz,
na soul music, mas cansam fácil.
É quando Patife se livra dessa
"musicalidade" "suingada", "bossa novística", que os melhores resultados aparecem. Como em
"Made in Bahia", com sua saudável quebradeira. Mas aí já estamos
no final do álbum. É muito pouco
para Patife.
Na Estrada
Artista: Patife
Lançamento: Trama
Quanto: R$ 25, em média
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