São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2008

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Jean Nouvel ganha o Prêmio Pritzker

Arquiteto francês que projetou o Instituto do Mundo Árabe e o Museu Quai Branly, em Paris, é anunciado como vencedor

"Estou muito feliz em estar no clube de bons amigos", disse o arquiteto, que vai receber prêmio em Washington, em junho

DA REPORTAGEM LOCAL

O arquiteto francês Jean Nouvel, 62, foi anunciado ontem como o vencedor do Prêmio Priztker 2008, considerado o "Nobel da Arquitetura" e em sua 30ª edição.
Autor de projetos famosos como o Instituto do Mundo Árabe, o Museu Quai Branly e a Fundação Cartier, em Paris, e a ampliação do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madri, Nouvel é apenas o segundo francês a receber a maior honraria em arquitetura -o outro foi Christian de Portzamparc (que assina o projeto da Cidade da Música, no Rio), em 1994.
"Eu acho que eles entenderam muito bem que eu luto por uma arquitetura específica contra uma arquitetura genérica", disse ele ontem. "Todo projeto é uma aventura."
Na nota oficial do júri distribuída ontem, foi destacada "a persistência, a imaginação, a exuberância" de sua arquitetura, além de "um insaciável anseio de experimentação criativa". O júri tinha, entre outros, o japonês Shigeru Ban e o italiano Renzo Piano (Pritzker em 1998).
Nouvel receberá o prêmio em cerimônia em junho na Livraria do Congresso, em Washington. Pelo Pritzker, o arquiteto ganhará US$ 100 mil (cerca de R$ 174 mil) e uma medalha de bronze.
O francês afirmou que seus projetos refletem o tempo, o lugar e seus ocupantes, mais que simplesmente aderir a um dogma de estilo ou a precedentes históricos e formais.
"Eu acho que cada lugar e cada programa tem direito a um trabalho específico com um completo envolvimento do arquiteto", disse ele. "Eu estou sempre procurando a peça perdida do quebra-cabeça. Gosto de analisar o lugar e as condições e dar minha resposta depois."
Em sua 30ª edição, o Pritzker já contemplou alguns dos principais arquitetos do mundo (veja no quadro ao lado), como os norte-americanos Philip Johnson (1906-2005) e Richard Meier, o mexicano Luís Barragán (1902-1988), o holandês Rem Koolhaas e o britânico Richard Rogers. Os brasileiros Oscar Niemeyer, 100, e Paulo Mendes da Rocha, 79, venceram as edições de 1988 e 2006.
"Estou muito feliz em estar no clube de bons amigos, como Frank Gehry, Renzo Piano, Zaha Hadid", declarou Nouvel, citando outros premiados.

Estilo
Nouvel começou a ganhar destaque com seu projeto para o Instituto do Mundo Árabe, em Paris, apresentado e premiado em 1981, mas terminado seis anos depois. Com fachadas em vidro e hexágonos-diafragmas que remetem a símbolos da cultura árabe, o edifício fez com que Nouvel ganhasse prestígio nos países árabes, o que levou ele a projetar a filial do Museu do Louvre, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, com inauguração prevista para o ano de 2012.
Transparência parece ser uma palavra-chave na obra do arquiteto, como se vê em projetos que têm o entorno como fundamento do projeto -o Centro de Conferências, em Lucerna, à beira de um lago- ou a implementação em metrópoles, como a Fundação Cartier, em Paris, e a ampliação do museu Reina Sofía, em Madri.

Brasil
Nouvel é um dos protagonistas da malfadada criação de uma filial do museu Guggenheim, de Nova York, na zona portuária do Rio. Projeto de 2002, foi orçado em US$ 200 milhões (cerca de R$) e teria formato de navio, com um grande aquário na entrada, junto de cinco espaços expositivos.


Com agências internacionais

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