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Anfitriões revigoram a cena com trabalhos importantes
DO ENVIADO A CURITIBA
A boa fase da produção de
teatro em Curitiba já consegue
desfocar a média de montagens
de apelo sexista (ou daí para
baixo) que entope a mostra alternativa do Fringe durante o
festival. Artistas anfitriões mudam a cena.
Prova disso são os dois trabalhos da cidade alçados à mostra
oficial: "Hitchcock Blonde",
com a Cia. Vigor Mortis, com
direção de Paulo Biscaia Filho
(ainda que frustrando expectativas), e "Deserto", a obra em
construção da Cia. Brasileira de
Teatro, de Marcio Abreu, com
participação de Luis Melo.
Essa vitalidade é refletida na
segunda edição da mostra Novos Repertórios, "paralela à paralela", em que quatro companhias da cidade (Armadilha, Pausa, Provisória e Silenciosa)
ocupam o teatro do prédio da
UFPR (Universidade Federal
do Paraná), todas comprometidas com a pesquisa.
Um destaque é "Jesus Não
Vem de Hannover", a fragmentada e exasperada criação da
cia. Silenciosa, que transborda
em citações e excitações globalizantes, sob dramaturgia de
Léo Glück e direção sempre inquieta de Henrique Saidel.
Outro é "Henfil Já!", parceria
da Pausa Cia. e da Cambutadefedapada!, bem-sacada homenagem ao artista. A recriação
dos textos do criador do Fradim captura seu espírito irreverente, crítico e afetivo, sem a
condescendência que o próprio
Henfil desconjurava. O trio André Coelho, Gabriel Gorosito e
Moa Leal dá conta do jogo, sob
direção de Nena Inoue.
Curitiba desenha assim uma
geração mais ativa. O grupo Delírio, de Edson Bueno, chega
aos 25 anos. Em 2007, nasceu o
Movimento de Teatro de Grupo de Curitiba, com Antropofocus, CiaSenhas, Obragem, Alameda, Ator Cômico...
(VS)
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