São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2008

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Anfitriões revigoram a cena com trabalhos importantes

DO ENVIADO A CURITIBA

A boa fase da produção de teatro em Curitiba já consegue desfocar a média de montagens de apelo sexista (ou daí para baixo) que entope a mostra alternativa do Fringe durante o festival. Artistas anfitriões mudam a cena.
Prova disso são os dois trabalhos da cidade alçados à mostra oficial: "Hitchcock Blonde", com a Cia. Vigor Mortis, com direção de Paulo Biscaia Filho (ainda que frustrando expectativas), e "Deserto", a obra em construção da Cia. Brasileira de Teatro, de Marcio Abreu, com participação de Luis Melo.
Essa vitalidade é refletida na segunda edição da mostra Novos Repertórios, "paralela à paralela", em que quatro companhias da cidade (Armadilha, Pausa, Provisória e Silenciosa) ocupam o teatro do prédio da UFPR (Universidade Federal do Paraná), todas comprometidas com a pesquisa.
Um destaque é "Jesus Não Vem de Hannover", a fragmentada e exasperada criação da cia. Silenciosa, que transborda em citações e excitações globalizantes, sob dramaturgia de Léo Glück e direção sempre inquieta de Henrique Saidel.
Outro é "Henfil Já!", parceria da Pausa Cia. e da Cambutadefedapada!, bem-sacada homenagem ao artista. A recriação dos textos do criador do Fradim captura seu espírito irreverente, crítico e afetivo, sem a condescendência que o próprio Henfil desconjurava. O trio André Coelho, Gabriel Gorosito e Moa Leal dá conta do jogo, sob direção de Nena Inoue.
Curitiba desenha assim uma geração mais ativa. O grupo Delírio, de Edson Bueno, chega aos 25 anos. Em 2007, nasceu o Movimento de Teatro de Grupo de Curitiba, com Antropofocus, CiaSenhas, Obragem, Alameda, Ator Cômico... (VS)


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