UOL


São Paulo, sábado, 31 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILMES E TV PAGA

Tudo pelo Meu Cachorro
SBT, 15h45.
 
(Save the Dog). EUA, 88, 92 min. Direção: Paul Aaron. Com Cindy Williams, Katherine Helmond. Atriz decadente, apaixonada por seu próprio cão, tem de conseguir dinheiro com urgência para que ele seja operado. Diversão familiar canina.

Memória Curta
Globo, 16h15.
 
(Clean Slate). EUA, 94, 107 min. Direção: Mick Jackson. Com Dana Carvey, Valeria Golino, James Earl Jones. Detetive (Carvey) acorda com amnésia toda manhã. No meio de uma investigação e de um romance amoroso isso não deixa de colocar problemas. Comédia de curto fôlego.

O Poder da Mente
Globo, 23h.
 
(The Fury within). EUA, 98, 91 min. Direção: Noel Nosseck. Com Ally Sheedy, Costas Mandylor. Casal que se separa descobre que os problemas da separação podem nem ser tão pesados assim, quando manifestações de paranormalidade começam a acontecer, tendo como pivô, justamente, o filho do casal. Da série "já vi isso antes". Feito para TV. Inédito.

Alta Sociedade
SBT, 23h45.
   
(High Society). EUA, 56, 107 min. Direção: Charles Walters. Com Bing Crosby, Grace Kelly, Frank Sinatra. Compositor tenta reconquistar a ex-mulher, que está prestes a se casar com um milionário. Refilmagem musical de "Núpcias de Escândalo" (1940), que é um ponto alto da comédia americana. Já "Alta Sociedade" é sobretudo um musical para fãs do gênero.

Rio Babilônia
Bandeirantes, 2h.
  
Brasil, 82, 115 min. Direção: Neville d'Almeida. Com Jardel Filho, Joel Barcellos, Christiane Torloni. Filme controvertido, em que a investigação da vida de um traficante de ouro, mr. Gold, por um jornalista, dá ocasião a um painel existencial do Rio de Janeiro.

Nenhum Álibi
SBT, 2h10.
 
(No Alibi). EUA, 99. Direção: Bruce Pittman. Com Dean Cain, Lexa Doig, Eric Roberts. A fim de pagar as dívidas que tinha com um criminoso, moça aproxima-se de homem de negócios, pressiona-o e chantageia-o e por fim o mata. Problema: a essas alturas a moça estava apaixonada pelo irmão do finado. Vamos dormir.

Uma Desconhecida Bate à Minha Porta
Globo, 2h35.
 
(Dead Run). EUA, 91. Direção: Vincent McEveety. Com Robert Urich, Markie Post, Michael Beck. Mulher testemunha o assassinato de outra mulher. Explicando melhor: a finada era amante de seu marido; este, o assassino. Em função do imprevisto, ele e o xerife da cidade passam a perseguir a mulher. Sem futuro.

Caindo na Real
SBT, 3h55.
  
(Reality Bites). EUA, 94, 98 min. Direção: Ben Stiller. Com Winona Ryder, Ethan Hawke, Ben Stiller. Comédia simpática sobre grupo de jovens recém-saídos da universidade, em Houston, Texas, agora enfrentando a realidade propriamente dita. Só para São Paulo. (IA)


TV PAGA

"Josey Wales" constrói inventário de iniquidades

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O certo não era exibir "Josey Wales, o Fora-da-Lei" na TV paga, como fará hoje o Cinemax Prime (às 19h15). Supõe-se que os assinantes sejam pessoas abonadas, e Josey Wales não é o herói desse povo.
Ele é o herói dos office-boys que antigamente frequentavam os cinemas do Centro, ou poderia ser o dos pequenos comerciantes que esperam tristemente, de luzes apagadas, que alguém entre em suas lojas. Ou ainda dos representantes comerciais que alguém sempre manda voltar outro dia. Ou das filas de desempregados. Essa é a natureza desse herói de humilhados e ofendidos.
E o que é esse faroeste que Clint Eastwood realizou em meados dos anos 70? Um carrossel de iniquidades. Estamos na Guerra de Secessão, no fim dela. Há ianques que traem os sulistas, há também sulistas que traem sulistas. Há índios reduzidos a uma cruel caricatura de homem branco, com cartola e tudo. Há comancheros capazes de, dez deles, se juntarem para violentar uma virgem. E também o chefe que os impede de fazê-lo, para que o valor de mercado da garota não diminua. Sem falar dos caçadores de recompensa, profissionais ou amadores.
Ou, como dirá Josey a um chefe comanche: "Para nós é mais fácil morrer do que viver". E é mais fácil viver perto dos escorpiões do que de outros homens.
Voltemos um pouco: Josey Wales é um homem que perdeu tudo na guerra. Teve a casa queimada, o filho morto. Por isso engaja-se entre os sulistas, que se entregam. Não ele. Um homem morto não tem por que se entregar. Não tem por que viver.
Enquanto liquida quem aparece pela frente, Josey promove uma catarse das humilhações a que são submetidos os fracos. Faz o inventário do prazer pelo mal que existe no humano. Mas vai compondo, também, uma trajetória da infâmia à convivência. Ela não é fácil. Mas também não é tão impossível assim.


Texto Anterior: Astrologia - Barbara Abramo
Próximo Texto: José Simão: Sósia do Bush! Clonaram uma mula!
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.