São Paulo, sábado, 31 de julho de 2004

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FILMES

TV ABERTA

Rainha em crise move "Sua Majestade, Mrs. Brown"

De Volta ao Lago da Morte
Globo, 23h.
  
(Return to Cabin by the Lake). EUA, 2001. Direção: Po Chih Leong. Com Judd Nelson, Brian Krause, Dahlia Salem. Roteirista usa seus crimes como fonte inspiradora para escrever seus novos argumentos. Tal assunto já oferece pano para manga para qualquer cineasta talentoso.

Com 007 Só se Vive Duas Vezes
SBT, 0h30.
   
(You Only Live Twice). Inglaterra, 1967, 125 min. Direção: Lewis Gilbert. Com Sean Connery, Tetsuro Tamba, Akiko Wakabayashi, Donald Pleasence. A Spectre, do supercriminoso Pleasence, é a responsável pelo desaparecimento de foguetes das duas superpotências (era assim, na época). Para evitar uma guerra, 007 tem de entrar em ação.

Ligados pelo Perigo
SBT, 2h45.
  
(Do Me a Favor). EUA, 1996, 105 min. Direção: Sondra Locke. Com Rosanna Arquette, Devon Gummersall, George Dzundza. Estudante pede a uma desconhecida que lhe compre a bebida que um balconista está negando. Ela topa. Sua vida não será mais a mesma.

Maui - Sexo e Traição
Bandeirantes, 3h.
 
(Maui Heat). EUA, 1996, 92 min. Direção: Jake Kesey. Com Kimberly Dawson, Teresa Langley, Kimberly Rowe. Modelos disputam capa de revista foto a foto, no Havaí. Enquanto isso, a editora da revista, ex-amante do fotógrafo, morde-se de inveja.

Sua Majestade, Mrs. Brown
Globo, 2h35.
  
(Mrs. Brown). EUA, 1997, 103 min. Direção: John Madden. Com Judi Dench, Billy Connolly. Filme de época, sobre as afinidades entre a rainha Vitória e um modesto empregado, após a morte de seu marido. Brown ajudará a poderosa rainha a sair da crise existencial.

O Menino e o Delfim
SBT, 4h40.
  
(Flipper). EUA, 1963, 87 min. Direção: James B. Clark. Com Chuck O'Connors, Luke Halpin. Parâmetro dos filmes sobre golfinhos e afins, a partir da história do menino que salva Flipper. (IA)

TV PAGA

Em Hollywood, evasão é o caminho mais fácil

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Às vezes fico com vontade de saber por que certas pessoas nunca ganham o Oscar. Richard Burton fez alguns dos papéis mais marcantes de Hollywood nos 50/ 60, foi indicado uma pá de vezes, mas nunca ganhou nada.
Gordon Willis fotografou, para começar, "O Poderoso Chefão" (as três partes), talvez uma das luzes mais marcantes do cinema mundial sonoro. Mas nunca ganhou nada. Monumentos de vulgaridade às vezes são contemplados, mas ele nunca foi.
Paul Newman ganhou. Mas, até acontecer, viu o prêmio escapar-lhe tantas vezes que, quando levou, alguém já lhe tinha dado um desses Oscars honorários.
Desconfio de que esse seja também o destino de Martin Scorsese. Nada vergonhoso para um diretor. Foi esse que Hawks e Hitchcock receberam. Mas é sintomático da mediocridade desse meio que talvez o mais culto dos cineastas americanos contemporâneos seja discretamente escanteado. A cultura produz antipatia? Será ela coisa boa para Nova York ou Paris e não para Los Angeles? (ver "Crônicas de Los Angeles", livro notável e cheio de humor). E ela está tão presente em "Gangues de Nova York" quanto a paixão do cineasta pela cidade.
Trata-se, aqui, de origens. De origens sórdidas. Feias. Mas origens às quais não se pode dar as costas. E que Scorsese celebra com brigas de rua sanguinolentas, batalhas que evocam Eisenstein, promiscuidade.
Talvez esteja certo o povo da Academia: por que se aborrecer com origens impuras, bem na hora da guerra (ao Iraque), se à mão sempre há coisas como "Chicago", o musical, a nos lembrar que a evasão faz parte das melhores tradições? Depois há os cadáveres que chegam da guerra (a real). Se der bilheteria, pensa-se no caso.


GANGUES DE NOVA YORK. Quando: hoje, às 21h, na HBO.


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