|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FILMES
TV ABERTA
Rainha em crise move "Sua Majestade, Mrs. Brown"
De Volta ao Lago da Morte
Globo, 23h.
(Return to Cabin by the Lake). EUA, 2001.
Direção: Po Chih Leong. Com Judd
Nelson, Brian Krause, Dahlia Salem.
Roteirista usa seus crimes como fonte
inspiradora para escrever seus novos
argumentos. Tal assunto já oferece pano
para manga para qualquer cineasta
talentoso.
Com 007 Só se Vive Duas Vezes
SBT, 0h30.
(You Only Live Twice). Inglaterra, 1967,
125 min. Direção: Lewis Gilbert. Com
Sean Connery, Tetsuro Tamba, Akiko
Wakabayashi, Donald Pleasence. A
Spectre, do supercriminoso Pleasence, é
a responsável pelo desaparecimento de
foguetes das duas superpotências (era
assim, na época). Para evitar uma guerra,
007 tem de entrar em ação.
Ligados pelo Perigo
SBT, 2h45.
(Do Me a Favor). EUA, 1996, 105 min.
Direção: Sondra Locke. Com Rosanna
Arquette, Devon Gummersall, George
Dzundza. Estudante pede a uma
desconhecida que lhe compre a bebida
que um balconista está negando. Ela
topa. Sua vida não será mais a mesma.
Maui - Sexo e Traição
Bandeirantes, 3h.
(Maui Heat). EUA, 1996, 92 min. Direção:
Jake Kesey. Com Kimberly Dawson,
Teresa Langley, Kimberly Rowe. Modelos
disputam capa de revista foto a foto, no
Havaí. Enquanto isso, a editora da
revista, ex-amante do fotógrafo, morde-se de inveja.
Sua Majestade, Mrs. Brown
Globo, 2h35.
(Mrs. Brown). EUA, 1997, 103 min.
Direção: John Madden. Com Judi Dench,
Billy Connolly. Filme de época, sobre as
afinidades entre a rainha Vitória e um
modesto empregado, após a morte de
seu marido. Brown ajudará a poderosa
rainha a sair da crise existencial.
O Menino e o Delfim
SBT, 4h40.
(Flipper). EUA, 1963, 87 min. Direção:
James B. Clark. Com Chuck O'Connors,
Luke Halpin. Parâmetro dos filmes sobre
golfinhos e afins, a partir da história do
menino que salva Flipper.
(IA)
TV PAGA
Em Hollywood, evasão é o caminho mais fácil
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Às vezes fico com vontade de
saber por que certas pessoas
nunca ganham o Oscar. Richard
Burton fez alguns dos papéis mais
marcantes de Hollywood nos 50/
60, foi indicado uma pá de vezes,
mas nunca ganhou nada.
Gordon Willis fotografou, para
começar, "O Poderoso Chefão"
(as três partes), talvez uma das luzes mais marcantes do cinema
mundial sonoro. Mas nunca ganhou nada. Monumentos de vulgaridade às vezes são contemplados, mas ele nunca foi.
Paul Newman ganhou. Mas, até
acontecer, viu o prêmio escapar-lhe tantas vezes que, quando levou, alguém já lhe tinha dado um
desses Oscars honorários.
Desconfio de que esse seja também o destino de Martin Scorsese.
Nada vergonhoso para um diretor. Foi esse que Hawks e Hitchcock receberam. Mas é sintomático da mediocridade desse meio
que talvez o mais culto dos cineastas americanos contemporâneos
seja discretamente escanteado. A
cultura produz antipatia? Será ela
coisa boa para Nova York ou Paris e não para Los Angeles? (ver
"Crônicas de Los Angeles", livro
notável e cheio de humor). E ela
está tão presente em "Gangues de
Nova York" quanto a paixão do
cineasta pela cidade.
Trata-se, aqui, de origens. De
origens sórdidas. Feias. Mas origens às quais não se pode dar as
costas. E que Scorsese celebra
com brigas de rua sanguinolentas,
batalhas que evocam Eisenstein,
promiscuidade.
Talvez esteja certo o povo da
Academia: por que se aborrecer
com origens impuras, bem na hora da guerra (ao Iraque), se à mão
sempre há coisas como "Chicago", o musical, a nos lembrar que
a evasão faz parte das melhores
tradições? Depois há os cadáveres
que chegam da guerra (a real). Se
der bilheteria, pensa-se no caso.
GANGUES DE NOVA YORK. Quando:
hoje, às 21h, na HBO.
Texto Anterior: Astrologia Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice
|