São Paulo, terça-feira, 31 de julho de 2007

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Crítica

"Hulk" repete a experiência de leitura das HQs

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ontem, eu falava sobre o cinema ser uma arte essencialmente da imagem, e não da palavra, como a literatura. Claro que o roteiro é sempre um importante ponto de partida (o que o torna imprescindível num filme mais narrativo), mas "Hulk" (Fox, 23h), de Ang Lee, é outro exemplo da importância da imagem.
O roteiro é de doer. Por outro lado, finalmente um diretor conseguiu verter para o cinema a estética dos quadrinhos, reproduzindo a própria experiência de se ler uma revista. Assim, nos momentos graves, a tela fica dividida em quadros, com Hulk saltando de um para outro, repetindo a ilusão de movimento feita nos gibis. E na tela, nossos olhos repetem o passeio que fazem numa página de HQ.
Essa opção justifica Hulk ser artificialmente digital, parecendo um desenho: Ang Lee seqüestra-o do papel para a tela. Do resultado polêmico (o herói foi apelidado de Shrek), há a certeza absoluta de que "Hulk" é das grandes experiências visuais contemporâneas.


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