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TV
Diretora artística da emissora sai antes de completar um ano no cargo e depois de demissão de sua pupila Preta Gil
Marlene Mattos avalia fim da sua temporada na Band
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de amanhã, Marlene
Mattos não é mais a poderosa da
Band. A saída ocorre nove meses
após a admissão e mais de um ano
antes do fim do contrato. Alívio
para o canal, insatisfeito com sua
atuação no comando artístico. E
para ela, descontente com a demissão de sua pupila Preta Gil e
com a falta de liberdade para mudar a programação.
A contratação da ex-global foi
um dos principais investimentos
da emissora nos últimos anos e o
primeiro grande projeto da diretora após o rompimento da sociedade de 20 anos com Xuxa.
E tudo termina para Marlene no
momento em que a "rainha dos
baixinhos" enfrenta uma das fases mais difíceis no Ibope. Leia o
que a diretora pensa sobre essa
coincidência e sua saída da Band.
Folha - Por que a passagem pela
Bandeirantes já terminou?
Marlene Mattos - 2005 está na
minha porta anunciando que
2010 chegará em breve, e estarei
com 60 anos. Portanto tenho a
obrigação de saber perceber uma
mudança de pensamento, considerar a necessidade de avaliar o
momento e atender ao pedido do
coração. Foi o que eu fiz quando
encurtei o tempo do contrato.
Folha - Quem decidiu romper previamente o seu contrato?
Marlene - Para mim, isso não
tem importância, mas a decisão
foi minha e aceita pela Band.
Folha - Sua saída da Band coincide com a fase difícil de Xuxa no Ibope. Concorda que o fim da sociedade tenha prejudicado as duas? Há a
possibilidade de voltar a trabalhar
com a apresentadora ou na Globo?
Marlene - Não concordo. Acho
que todos os dias são influenciados por mudanças e nada permanece igual! Tudo isso faz parte de
um passado. Meu presente hoje é
descansar 15 dias e depois disponibilizar minhas energias, minha
vontade, meu desejo de continuar
na batalha.
Folha - Quais são seus planos?
Marlene - Continuar trabalhando. Vivo do que sei fazer em TV.
Minha empresa, 2MS, cuida de alguns artistas e é gerenciada por
minha irmã, Ângela Mattos.
Folha - Tem convites de TVs?
Marlene - Ainda não, mas sei
que irão surgir. Faço parte da lista
dos bons profissionais e estou
aberta para fazer TV fechada.
Folha - O fato de o horário nobre
da Band ser preenchido por religião e de todas as noites estarem
amarradas em contrato com Gilberto Barros limitou a sua capacidade de ação?
Marlene - Até tentei sugerir mudanças, mas logo percebi que a
Band estava satisfeita com o seu
horário nobre.
Folha - Faltou algo para que o
programa de Preta Gil emplacasse
no Ibope ou ela precisava apenas
de mais tempo no ar?
Marlene - Li um pensamento
que tem a ver com o episódio Preta: "O novo só existe de verdade
quando o velho compreende e admite que é preciso dois tempos
para ver um". Ela tem talento, carisma, boa formação e é informada. Precisa de tempo, paciência e
alguém para administrar a artista
que tem dentro dela.
Folha - A decisão de demiti-la colaborou para sua saída?
Marlene - Colaborou, mas não
foi decisiva.
Folha - Que avaliação faz hoje da
Bandeirantes?
Marlene - É a quarta TV do país,
em imagem e conteúdo.
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