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Crítica
Pressa de Evaldo Mocarzel impede reflexão maior
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Evaldo Mocarzel pode não ser o melhor documentarista brasileiro, mas dificilmente se deixará de dizer que é o mais dinâmico. Na atual Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, por exemplo, tinha nada menos de três filmes a exibir.
Seus entusiasmos são tão contagiantes que conseguiu fazer editar as "Notas sobre o Cinematógrafo", de Robert Bresson, aqui onde quase ninguém nem sabe quem é esse cara.
"À Margem da Imagem" (Canal Brasil, 19h30), seu longa de estréia, trata de pessoas que vivem à margem (sem-teto) e seus problemas. Que problemas? Que importa! Central é que esses problemas são "vendáveis", objeto de curiosidade, são boa mercadoria. Ou seja, algo a ser explorado. Por quem? Em geral, por cineastas.
O ponto de partida, exemplar, implica uma reflexão sobre a atividade de cineasta.
A pressa e o dinamismo impediram, talvez, uma reflexão mais detida e um filme mais definitivo. Nossos maiores amigos e inimigos são, às vezes, a mesma pessoa.
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