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Última Moda
ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@grupofolha.com.br
A nova festa da moda
Claro Rio Summer estréia na quarta-feira com show de Caetano e desfiles das coleções de alto verão de 16 grifes
Em plena turbulência financeira, quando já se está falando
nos EUA num estilo adaptado à
crise econômica, o "recession
chic" (chique da recessão), o
Brasil vai ganhar uma nova semana de moda, o Claro Rio
Summer, evento que custará
em torno de US$ 7 milhões
(cerca de R$ 16 milhões) e será
aberto na próxima quarta-feira
com show de Caetano Veloso,
no hotel Fasano do Rio.
"A crise não nos afetou, já tínhamos vendido todo o patrocínio", afirma o publicitário Nizan Guanaes, idealizador do
evento junto com sua mulher, a
empresária Donata Meirelles.
Para o publicitário, o momento é de apostas, não de recuos. "Sou um empresário que
viu uma oportunidade de mercado e está indo atrás dela. A
moda e o lifestyle brasileiro
despertam cada vez mais interesse no mundo", afirma.
Sete patrocinadores bancam
parte da produção dos desfiles
de 16 grifes, um seminário sobre moda e a visita de 54 compradores e jornalistas estrangeiros, além do show de Caetano e a reserva integral do hotel
Fasano para os convidados
-até o domingo, dia 8, quando
termina o Claro Rio Summer.
Os estilistas Valentino e Francisco Costa deverão ser as presenças mais célebres.
A maioria dos desfiles será
em tendas montadas no Forte
de Copacabana. Mas várias grifes preparam apresentações especiais. Carlos Miele vai abrir o
evento na manhã de quinta
com trilha sonora feita ao vivo
pelo Afroreggae e o músico Anderson Sá. Adriana Degreas terá um show de Bebel Gilberto
no Copacabana Palace. A 284
fará um desfile-performance
na boate The Week, com a jetsetter Alice Dellal na passarela.
Lenny e Osklen farão uma inédita apresentação conjunta.
A maior parte das grifes dedica-se à moda praia, como Salinas, Lenny, Triya, Jo de Mer,
Adriana Degreas, Blue Man,
Rosa Chá e Cia. Marítima.
As duas primeiras já desfilam
no Fashion Rio. As três últimas,
na São Paulo Fashion Week
-onde se apresentam também
as marcas Iodice, Raya de Goeye e Osklen, que aderiram ao
Claro Rio Summer.
Nizan nega que esteja batendo de frente com as semanas de
moda brasileiras consagradas.
"Não estou competindo com
ninguém no Brasil, mas, sim,
com Miami. É muito estranho
que Miami seja hoje considerada a capital da moda praia no
mundo. Temos que recuperar
este título para o Rio", defende.
Nos bastidores, conta-se que
foram tensas as conversações
do publicitário com a empresária Eloysa Simão, organizadora
do Fashion Rio. Com Paulo
Borges, diretor da São Paulo
Fashion Week, o contato foi
cordial. Nizan chegou a convidá-lo para se associar ao Claro
Rio Summer. "As pessoas se entenderam, mas os números e as
cifras não", diz o publicitário.
Para reforçar a diferença, Nizan define o Claro Rio Summer
como "nichado", com um foco
específico. "Não queremos
mostrar a moda brasileira como um todo, estamos nos centrando na moda praia e no estilo casual e despojado do país.
Ninguém se veste como os europeus, mas ninguém se despe
como os brasileiros", diz.
Para detratores do evento, o
Claro Rio Summer não passa de
um divertimento fashion entre
amigos, sem um projeto efetivo
para a moda brasileira.
Para Nizan, porém, o evento
é o primeiro passo de um projeto bastante ambicioso. Ele conta que sua empresa planeja
criar um calendário de moda no
Brasil. "Não entendo de roupas,
mas entendo de gestão e estratégia, coisa de que a talentosa
moda brasileira ainda precisa
muito e que nós temos condição de oferecer a ela", afirma.
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