São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2010

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Série retrata mundo tomado por zumbis

Adaptação de HQ, "The Walking Dead" tem como principal influência o cultuado diretor George Romero

Produção estreia na terça no Brasil; "Fica a pergunta sobre quem é mais perigoso: zumbi ou humano", diz ator

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Vampiros, cuidado! Os zumbis chegaram à TV. Estreia hoje, Dia das Bruxas nos EUA, uma das séries mais aguardadas do ano, "The Walking Dead" (Os mortos-vivos), baseada numa popular história em quadrinhos publicada desde 2003.
O seriado tem estreia mundial em outros países, incluindo Brasil, na terça-feira.
A história segue a vida de sobreviventes após o mundo ser invadido por zumbis. O protagonista, o policial Rick Grimes (Andrew Lincoln), tenta manter o grupo unido e cuidar de sua família.
"Quando as pessoas comprarem a caixa de DVDs da primeira temporada, vai ser como um filme de seis horas", disse à Folha o criador da HQ e roteirista da série, Robert Kirkman.
Frank Darabont, produtor-executivo da série, a ser transmitida nos EUA pelo mesmo canal de "Mad Men", diz que a principal influência é George Romero, papa dos zumbis, diretor de "A Noite dos Mortos-Vivos" (1968).
Apesar das influências e do terror, os atores comentam que os zumbis são apenas um detalhe da trama.
"Não é uma coisa de gênero. Fazemos cenas de amor e outras mais políticas sobre como gerir o acampamento [de sobreviventes]", disse Andrew Lincoln, para jornalistas em San Diego.
Ele é britânico e disfarça bem sotaque. Também conta que perdeu mais de quatro quilos em duas semanas gravando cenas de ação em Atlanta, onde ruas foram fechadas para as filmagens no primeiro semestre, que teve até tanque de guerra.
"Os zumbis, para mim, podem representar qualquer coisa, a paranoia, o consumismo, medos internos", diz Lincoln. "Fica a pergunta sobre quem é mais perigoso: zumbi ou humano."

MAQUIAGEM
Como na HQ, não há explicação para o fim do mundo. Ambos começam com Grimes acordando sozinho num hospital abandonado para partir em busca da família, enquanto se dá conta do apocalipse pelas ruas. Mas nem tudo é como no gibi.
"Haverá momentos importantes dos quadrinhos, mas não quero que seja tudo igual, tem surpresa", disse Kirkman, premiado neste ano na Comic-Con.
Por episódio, aparecem entre 30 e 40 zumbis. São necessários oito maquiadores e uma hora para cada um preparar toda a turma, conta Greg Nicotero, supervisor de efeitos de maquiagem, que trabalhou com Romero em alguns filmes do gênero.
O resultado final é retocado no computador, como as mosquinhas que voam em volta dos monstrengos, um detalhe dos quadrinhos.
"Romero criou as regras. Se entrar um zumbi agora nesta sala, você sabe como matá-lo", disse Nicotero à Folha. "Se um dia eles conseguirem fazer um zumbi sexy [como fizeram com os vampiros], eu me mato!"


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