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Série retrata mundo tomado por zumbis
Adaptação de HQ, "The Walking Dead" tem como principal influência o cultuado diretor George Romero
Produção estreia na terça no Brasil; "Fica a pergunta sobre quem é mais perigoso: zumbi ou humano", diz ator
FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES
Vampiros, cuidado! Os
zumbis chegaram à TV. Estreia hoje, Dia das Bruxas nos
EUA, uma das séries mais
aguardadas do ano, "The
Walking Dead" (Os mortos-vivos), baseada numa popular história em quadrinhos
publicada desde 2003.
O seriado tem estreia mundial em outros países, incluindo Brasil, na terça-feira.
A história segue a vida de
sobreviventes após o mundo
ser invadido por zumbis. O
protagonista, o policial Rick
Grimes (Andrew Lincoln),
tenta manter o grupo unido e
cuidar de sua família.
"Quando as pessoas comprarem a caixa de DVDs da
primeira temporada, vai ser
como um filme de seis horas", disse à Folha o criador
da HQ e roteirista da série,
Robert Kirkman.
Frank Darabont, produtor-executivo da série, a ser
transmitida nos EUA pelo
mesmo canal de "Mad Men",
diz que a principal influência
é George Romero, papa dos
zumbis, diretor de "A Noite
dos Mortos-Vivos" (1968).
Apesar das influências e
do terror, os atores comentam que os zumbis são apenas um detalhe da trama.
"Não é uma coisa de gênero. Fazemos cenas de amor e
outras mais políticas sobre
como gerir o acampamento
[de sobreviventes]", disse
Andrew Lincoln, para jornalistas em San Diego.
Ele é britânico e disfarça
bem sotaque. Também conta
que perdeu mais de quatro
quilos em duas semanas gravando cenas de ação em
Atlanta, onde ruas foram fechadas para as filmagens no
primeiro semestre, que teve
até tanque de guerra.
"Os zumbis, para mim, podem representar qualquer
coisa, a paranoia, o consumismo, medos internos", diz
Lincoln. "Fica a pergunta sobre quem é mais perigoso:
zumbi ou humano."
MAQUIAGEM
Como na HQ, não há explicação para o fim do mundo.
Ambos começam com Grimes acordando sozinho num
hospital abandonado para
partir em busca da família,
enquanto se dá conta do apocalipse pelas ruas. Mas nem
tudo é como no gibi.
"Haverá momentos importantes dos quadrinhos, mas
não quero que seja tudo
igual, tem surpresa", disse
Kirkman, premiado neste
ano na Comic-Con.
Por episódio, aparecem
entre 30 e 40 zumbis. São necessários oito maquiadores e
uma hora para cada um preparar toda a turma, conta
Greg Nicotero, supervisor de
efeitos de maquiagem, que
trabalhou com Romero em
alguns filmes do gênero.
O resultado final é retocado no computador, como as
mosquinhas que voam em
volta dos monstrengos, um
detalhe dos quadrinhos.
"Romero criou as regras.
Se entrar um zumbi agora
nesta sala, você sabe como
matá-lo", disse Nicotero à
Folha. "Se um dia eles conseguirem fazer um zumbi
sexy [como fizeram com os
vampiros], eu me mato!"
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