São Paulo, segunda-feira, 31 de outubro de 2011

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CRÍTICA ROCK

Coldplay vai da singeleza ao excesso em disco espetacular

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

Precisa ser muito fã de outra banda escalada no recente Rock in Rio para afirmar que o Coldplay não fez o melhor show do evento. Foi o grupo que mais trouxe o lado espetáculo do rock.
Por espetáculo, entenda-se despejar hits para o público cantar junto, distribuir esses sucessos para valorizar a abertura e o final do show, trazer um aparato de luz e cenário fortes e abrir espaço para o carisma do cantor.
No caso do Coldplay, além da baita presença de palco do vocalista Chris Martin, a banda teve um trunfo poderoso: as músicas de seu quinto disco de estúdio, "Mylo Xyloto".
Não fez diferença o fato de o álbum ainda não estar nas lojas durante o festival. São tantas músicas boas que o público reagiu como se já as escutasse há tempos.
As faixas que abrem o disco são as mesmas que iniciaram o show: "Mylo Xyloto" (uma vinhetinha de menos de um minuto) e a arrebatadora "Hurts Like Heaven".
Já célebre pelo refrão pegajoso ("So cold, so cold/So cold, so cold"), é a melhor representante de um tipo de canção recorrente no álbum.
Elas têm arranjos pomposos, harmonizações vocais empolgantes e incursões certeiras de som orquestral. Sem medo de pecar pelo excesso.
Tudo isso puxado por ataques furiosos de Martin ao piano e, em menor número, à guitarra. Assim são também os singles "Paradise" e "Every Teardrop Is a Waterfall".
Essa grandiosidade tem como contrapartida faixas bem enxutas, como "Up Against the World", balada singela com violão, e "U.F.O.", também acústica e fofa.
Respondendo a fãs ansiosos, é bom dizer que a reunião da banda inglesa com a deusa de Barbados deu certo. Martin e Rihanna dividem vocais no hip-hop quase tribal de "Princess of China".
É o provável disco do ano.

MYLO XYLOTO
ARTISTA Coldplay
LANÇAMENTO EMI Music
QUANTO R$ 26, em média
AVALIAÇÃO ótimo


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