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"Fórmula de incentivo está esgotada", diz Barreto
da Sucursal do Rio
A diminuição dos recursos captados para o cinema com base nas
leis de renúncia fiscal aponta para
um esgotamento da fórmula, na
opinião do produtor Luís Carlos
Barreto. "O ciclo dos incentivos
está em processo estacionário. É
preciso criar um outro tipo de
mecanismo, pensar o cinema como uma indústria estratégica."
Uma das alternativas, aponta
Barreto, é um aumento na participação de instituições como o
BNDES no incentivo à indústria
audiovisual. "Um empresário como o Antônio Ermírio de Moraes
não existiria se não tivesse havido
uma ajuda séria do Estado. Não se
pode mais pensar em formas de
financiar um filmezinho, mas sim
em como criar uma indústria."
De acordo com o secretário nacional de Audiovisual, José Álvaro Moisés, a participação do Estado no financiamento da indústria
audiovisual vem aumentando aos
poucos. "Abrimos o programa
"Mais Cinema", uma linha de crédito com recursos do BNDES e do
MinC (Ministério da Cultura),
que deverá investir R$ 80 milhões
até o próximo ano", diz Moisés.
O aumento da participação do
Estado, porém, não deverá significar o abandono das atuais leis de
incentivo fiscal. O MinC apresentou à comissão especial de cinema
do Senado uma sugestão para que
a Lei do Audiovisual -prevista
para vigorar até 2003- seja estendida por mais 20 anos.
Na opinião de Regina Werner,
que cuida dos projetos audiovisuais intermediados pela corretora Stock-Máxima, a lei "é perfeita". O que precisa ser criado, diz, é
um fundo de investimentos em
certificados de audiovisual.
Com tal medida, segundo Regina, a Lei do Audiovisual iria deslanchar porque mais empresas teriam a chance de investir numa
carteira de projetos e mais produtores seriam beneficiados. Assim,
cairia o risco e cresceriam as possibilidades de os filmes renderem
dividendos para os investidores.
A criação de um fundo dependeria, no entanto, de uma decisão
do próprio MinC. A idéia é apoiada pela Andima (Associação Nacional das Indústrias do Mercado
Aberto), que trabalha atualmente
na elaboração de um banco de dados sobre o andamento da captação dos projetos no mercado.
O banco, explica a gerente da
área operacional da Andima,
Bianca Gonçalves da Cruz, seria
mais um mecanismo para dar
transparência sobre o uso de recursos que deixam de entrar no
Tesouro para estimular o cinema
nacional.
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