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"Aqui não há tanta educação musical"

Organizador do Lollapalooza diz que evento deve "criar cultura de festivais" no Brasil e aposta em O Rappa

Líder do grupo Jane's Addiction se encantou com água de coco e achou local do evento, em SP, "muito sexy"

DE SÃO PAULO

Perry Farrell, vocalista do cultuado Jane's Addiction e criador do festival Lollapalooza há 20 anos, deu entrevista à Folha no Jockey Club de São Paulo. Entre goles de água de coco, falou sobre a primeira edição do festival por aqui, deu conselho a Lobão e mostrou que sabe muito pouco do que acontece no Brasil. (CAROL NOGUEIRA)

Folha - Existem semelhanças entre os festivais de Chicago, de Santiago e de São Paulo?

Perry Farrell - Sim, são todas cidades cosmopolitas, embora aqui na América Latina... Ops, ops, esqueci, me disseram que vocês não gostam de ser incluídos na América Latina. Enfim, aqui não há tanta educação musical.

Espero que o Lollapalooza traga essa cultura de festivais e shows internacionais para a América Latina. Ops, para o Brasil.

Talvez assim consigamos trazer de volta a importância política da música, como era antes da crise da indústria.

O que achou do Jockey?

Acho muito parecido com o lugar em que fazemos o Lolla em Chicago. É no meio da cidade. Você olha ao redor e vê os prédios iluminados à noite. É muito sexy.

Por que gostou de O Rappa? Conhece as letras da banda?

Não, mas pela postura do vocalista sei que eles são do povo e para o povo.

É isso que é legal na música. É uma linguagem tão universal que eu não preciso saber o que ele está cantando. Quem sabe agora que Bob Marley morreu, eles não o substituam?

E a desistência de Lobão, o que você achou?

Ah, o carinha que ficou bravo? Olha, fiquei chateado, pois entendo o ponto de vista dele como artista. Quando o Coachella me põe para tocar às 14h, também fico chateado, mas não falo nada porque sei que é assim que as coisas funcionam.

As escalações de line-up são feitas de forma política. Sempre o nome que atrai mais gente fica por último.

Vou dar um conselho a ele: grave um disco muito bom, um que todo mundo ame, e faça as pessoas quererem vê-lo ao vivo. Então, ele poderá ser headliner de um festival.

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